Os líderes do G7 estarão neste sábado (24) em Biarritz, na França, no centro das atenções da comunidade internacional, que espera soluções concretas para as crises que agitam o planeta. Entre os assuntos, vão discutir um tema que se impôs de última hora: a multiplicação dos incêndios florestais na Amazônia.
Um a um, os líderes do clube das grandes democracias liberais chegaram ao sudoeste da França, sendo o presidente dos EUA, Donald Trump, o último a bordo do Air Force One, que aterrissou ao meio-dia em Bordeaux. Juntamente com o presidente americano, Angela Merkel, Boris Johnson, Giuseppe Conte, Shinzo Abe e Justin Trudeau — líderes da Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá — marcarão o início da cúpula em um jantar informal organizado pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
Sobre a Amazônia, Macron apelou a "uma mobilização de todas as potências" para ajudar o Brasil e os demais países afetados a lutar contra as queimadas e para investir no reflorestamento das regiões atingidas.
As negociações podem ser delicadas, depois que Macron acusou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro de "mentir" sobre seus compromissos climáticos e de "inação" diante dos incêndios. Suas críticas podem contrariar Donald Trump, de quem Jair Bolsonaro é um firme defensor no cenário internacional.
A Alemanha também manifestou relutância ao anúncio de que Paris bloquearia o projeto de acordo comercial entre a UE e o Mercosul, um assunto que será abordado durante a reunião entre Angela Merkel e Emmanuel Macron à tarde.
Mas o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, presente em Biarritz, reconheceu que seria "difícil imaginar" que a UE ratifique tal acordo enquanto o Brasil "permitir a destruição" da Amazônia.
Trump imprevisível
Os milhares de diplomatas e jornalistas presentes em Biarritz aguardam para ver qual será a atitude do imprevisível presidente americano sobre outras questões. Antes de voar para a França, Trump pareceu otimista e afirmou que acha que "será muito produtivo".
Mas o republicano brandiu a ameaça de retaliação à imposição de um imposto francês sobre os gigantes americanos do setor de alta tecnologia.
— Eu não quero que a França imponha impostos às nossas sociedades, é muito injusto —disse — Se o fizerem, vamos impor tarifas sobre seus vinhos — completou.
Donald Tusk reagiu, dizendo que a UE estava pronta para retaliar se Washington colocar sua ameaça em ação. Os debates se anunciam acirrados sobre a taxação dos gigantes digitais, o impulso à economia global ou as tensões comerciais entre Pequim e Washington, após a imposição de novas tarifas por ambos os lados.