O pronunciamento do presidente da República Jair Bolsonaro, em resposta à crise provocada pelas queimadas na Amazônia, foi recebido com protestos nas janelas de casas e apartamentos pelo Brasil. Em bairros de Porto Alegre, foram ouvidas batidas de panelas em bairros como Santana, Menino Deus, Bela Vista e Floresta.
Na capital paulista, os protestos ocorreram com gritos de "Fora, Bolsonaro!" e "Ele não" nos bairros do centro e zona oeste, como Barra Funda, Santa Cecília, Higienópolis e Pinheiros.
No Rio, os relatos de protestos incluem bairros como Copacabana e Humaitá. Em Belo Horizonte, houve registro no Centro. Em Salvador e Recife também foram registrados panelaços.
"Incêndios não podem servir de pretexto para sanções"
A crise diplomática causada pelas queimadas na floresta amazônica deu o tom do quarto pronunciamento oficial do presidente Jair Bolsonaro desde o início do mandato. O líder brasileiro disse na noite desta sexta-feira (23), em cadeia nacional de rádio e televisão, que "incêndios florestais existem em todo o mundo e não podem servir de pretexto para possíveis sanções internacionais".
A disparada das notificações de queimadas na Amazônia, que entre janeiro e 21 de agosto aumentaram 84% em relação a igual período de 2018, viraram manchete no mundo inteiro. Nesta sexta-feira (23), o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que Bolsonaro "mentiu" e disse que a crise na Amazônia pode comprometer o acordo entre União Europeia e Mercosul.
O presidente brasileiro disse ainda que países desenvolvidos ofereceram ajuda para reduzir as queimadas e afirmou que eles se prontificaram a "levar a posição brasileira junto ao G7", em uma referência aos Estados Unidos.
— É preciso ter serenidade ao tratar dessa matéria. Espalhar dados e mensagens infundadas dentro ou fora do Brasil não contribui para resolver o problema. E se prestam apenas a uso político e a desinformação — disse.