O ataque a um drone americano, de valor estimado em 130 milhões de dólares, foi o principal motivo para o presidente Donald Trump aprovar a execução de ataques militares contra o Irã — decisão da qual voltou atrás 10 minutos antes do horário programado, segundo ele.
O drone MQ-4C Triton foi atingindo por um míssil disparado pela Guarda Iraniana. O equipamento seria de vigilância, e não de ataque, conforme os Estados Unidos. O Irã diz que o drone invadiu espaço aéreo do país. Já os Estados Unidos afirmam que o equipamento estava em área internacional. No Twitter, o presidente americano Donald Trump disse que o "Irã cometeu um grande erro".
Mas o ataque do drone foi o desfecho para semanas de tensões. As hostilidades se intensificaram entre os dois países desde que o presidente Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 com o Irã e reintroduziu as sanções econômicas.
Na semana passada, autoridades dos Estados Unidos disseram que o Irã era responsável por explosões em dois navios petroleiros, no Golfo Pérsico. Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (17) o envio de mais tropas ao Oriente Médio e exortaram o mundo a "não ceder à chantagem nuclear" do Irã, após o anuncio de que o país árabe vai ignorar certas disposições do acordo internacional sobre seu programa nuclear. O chefe do Pentágono, Patrick Shanahan, disse que autorizou o envio de mais mil soldados para propósitos defensivos para responder a ameaças aérea, naval e em terra no Oriente Médio.
As tensões entre o Irã e os Estados Unidos levaram diplomatas internacionais a pedir uma abordagem calma e ponderada dos dois países. Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, chamou a situação de "um ato de equilíbrio à beira da guerra". O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também emitiu uma declaração sobre a situação no Golfo, transcrita pelo The New York Times.
— Tenho apenas uma recomendação forte: nervos de aço — disse ele, de acordo com Alessandra Vellucci, porta-voz das Nações Unidas.