A polícia de Santiago, no Chile, investiga se houve negligência no atendimento à família brasileira que morreu em um apartamento no centro da cidade. Segundo o general Mauricio Rodríguez, os brasileiros entraram em contato duas vezes com as autoridades locais para pedir socorro. As informações são do jornal La Tercera.
Rodríguez disse que, na primeira ligação, o policial que atenderia a ocorrência não encontrou o endereço do prédio onde a família estava e retornou à delegacia. Na sequência, os brasileiros voltaram a ligar para pedir ajuda e outra equipe foi enviada. No entanto, quando os agentes chegaram ao local, a família já estava morta.
— Os Carabineros (polícia militar do Chile) estão revisando permanentemente os procedimentos que adotam. Houve uma ligação prévia, quando foi disponibilizada uma viatura ao endereço. Lamentavelmente, o oficial que ficou responsável não encontrou o endereço. Posteriormente, houve outra ligação, os agentes foram deslocados e encontraram o apartamento — afirmou Rodríguez ao jornal.
Quando os policiais chegaram ao apartamento, encontraram os corpos dos seis brasileiros. As investigações apontam a possibilidade de que eles tenham morrido depois de inalar monóxido de carbono, um gás inodoro e que pode ser letal, se estiver em alta concentração.
O general também disse que enviou todo o material disponível ao Ministério Público, para que seja feita uma apuração sobre a atuação dos policiais envolvidos no caso.
— Todos os antecedentes foram colocados à disposição do Ministério Público e desde o ponto de vista interno estão sendo feitas indagações administrativas, com a finalidade de estabelecer se houve negligência ou inatividade por parte do oficial que recebeu a demanda — disse Rodríguez.
Corpos liberados
O Serviço Médico Legal do Chile liberou os corpos dos seis brasileiros nesta sexta-feira para que seja feito o traslado ao Brasil. No entanto, será preciso que algum parente da família se desloque até o país para realizar o reconhecimento dos cadáveres.
Em nota, a empresa AirBnb, responsável pela locação do imóvel, informou que irá pagar todas as despesas da família para repatriar os corpos. Os familiares chegaram a fazer uma vaquinha na internet para arrecadar recursos para a viagem, mas com a decisão da companhia, desistiram de resgatar o valor. Com isso, quem contribuiu poderá solicitar a restituição do dinheiro ou encaminhá-la a instituições de caridade.