Lideranças palestinas em Gaza e Israel acertaram nesta segunda-feira (6) um cessar-fogo, negociado pelo Egito, depois da escalada de violência entre o Exército israelense e grupos armados palestinos ter deixado pelo menos 25 mortos em dois dias.
O cessar-fogo entrou em vigor durante a madrugada, segundo representantes do movimento islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e do grupo extremista palestino Jihad Islâmica. Um funcionário do governo egípcio também confirmou a informação, sob anonimato.
Israel não confirmou o cessar-fogo, mas levantou as restrições à circulação de pessoas na região de fronteira com Gaza, incluindo a reabertura de escolas. Segundo os militares israelenses, a situação na região é de retorno à rotina.
Uma nova escalada de violência, com disparo de foguetes a partir de Gaza e bombardeios por Israel, causou – desde sábado – ao menos 25 mortos, sendo quatro deles civis israelenses e 21 palestinos. Destes, ao menos nove eram militantes de movimentos armados.
Médicos palestinos afirmaram que, entre os mortos, estão duas grávidas e duas crianças. O Exército israelense negou que a morte de uma das mulheres grávidas e de uma criança tenha sido provocada por seus disparos, afirmando que elas foram vítimas de um míssil palestino que errou o alvo.
Esta é considerada a maior escalada de violência na região desde a guerra de 2014. Desde 2007, quando o Hamas assumiu o poder em Gaza, Israel e militantes palestinos já entraram três vezes em guerra.
A nova onda de violência começou em seguida às violentas manifestações de sexta-feira passada ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. Quatro palestinos, incluindo dois militantes do Hamas, foram mortos depois de dois soldados israelenses terem sido feridos num ataque a tiros de um palestino, durante os protestos.
Israel afirmou que seus bombardeios foram uma resposta a 690 mísseis e morteiros disparados pelo Hamas e pela Jihad Islâmica desde sábado. Israel respondeu com 350 ataques a posições do Hamas, como túneis e depósitos de armas, segundo os militares locais.
Um dos mortos no lado palestino é Hamed Ahmed Abed Khudri, que, segundo Israel, era um comandante do Hamas responsável pela transferência de fundos do Irã para facções armadas em Gaza. Ele foi morto em uma ação que os militares israelenses descreveram como um ataque direcionado.