O julgamento de 12 dirigentes independentistas da Catalunha, região norte da Espanha, envolvidos na fracassada tentativa de secessão no final de 2017, começou nesta terça-feira (12) no Supremo Tribunal da Espanha, em Madri.
Os 12 acusados, líderes das duas principais organizações separatistas, Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, contra quem a Promotoria solicita penas que variam de sete a 25 anos de prisão, estavam sentados diante dos juízes do Supremo, em uma audiência que será exibida, assim como todo o processo, pela televisão.
Eles foram enviados à prisão no dia 16 de outubro de 2017 pelo crime de sedição, após o parlamento catalão aprovar a independência. Pouco depois, o Senado espanhol determinou a intervenção na autonomia regional, e o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou a destituição do presidente catalão e de seu Executivo.
Cerca de 200 mil pessoas exigem em Barcelona a libertação de Cuixart e Sanchez, considerados "prisioneiros políticos".
Tentativa de secessão e intervenção
- 6 de setembro de 2017: os deputados pró-independência votam uma lei para organizar um referendo sobre a autodeterminação em 1º de outubro, apesar dos protestos da oposição que os censura por violar a Constituição espanhola e o Estatuto da Catalunha.
- 1o de outubro de 2017: as agências de aplicação da lei enviadas por Madri intervêm para requisitar as urnas no referendo banido pelos tribunais. As imagens da violência policial circulam pelo mundo. O governo da independência anuncia a vitória do "sim" com 90% dos votos e uma participação de 43%, embora os dados não sejam verificáveis.
- 3 de outubro de 2017: o rei Filipe VI pede a restauração da ordem constitucional no final de uma greve geral na Catalunha, com numerosas manifestações contra a violência policial.
- 27 de outubro de 2017: os deputados pró-independência votam uma declaração unilateral de independência no Parlamento regional. Madri suspende autonomia regional, demite o governo liderado por Carles Puigdemont, dissolve o Parlamento e convoca novas eleições.
- 21 de dezembro de 2017: os partidos independentistas, com candidatos presos ou exilados como Puigdemont, novamente ganham a maioria absoluta com 70 deputados dos 135.
- 2 de junho de 2018: um novo governo catalão, liderado pelo separatista Quim Torra, toma posse e a Catalunha recupera sua autonomia. No mesmo dia, o socialista Pedro Sánchez assume a presidência do governo espanhol prometendo o diálogo com a região.
- 9 de julho de 2018: Pedro Sánchez se encontra com Torra em Madri, iniciando um período de contatos frequentes entre os dois executivos. Mesmo assim, as distâncias são enormes: Sanchez rejeita o referendo exigido pelos independentistas e se limita a propor um novo Estatuto para a região.
- 9 de outubro de 2018: Os separatistas perdem a maioria no Parlamento catalão depois que Puigdemont e seus seguidores se recusam a substituir quatro deputados suspensos pelos tribunais por seu envolvimento na tentativa de secessão.