Chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy anunciou nesta sexta-feira (27) a destituição do presidente catalão e de seu Executivo, bem como a convocação de eleições regionais para 21 de dezembro, diante da declaração de independência do Parlamento dessa região espanhola.
— Estas são as primeiras medidas que adotamos para evitar que os até agora responsáveis pela Generalitat (governo autônomo regional) possam continuar dando passos em sua escalada de desobediência e agressão à nossa Constituição — anunciou Rajoy em mensagem no Palácio de la Moncloa.
Rajoy falou algumas horas depois de o Senado autorizar ao governo espanhol aplicar o artigo 155 da Constituição, que lhe conferiu poderes extraordinários para preservar a unidade do país diante do desafio independentista na Catalunha.
Assim, o chefe de governo conservador destituiu o presidente catalão, o separatista Carles Puigdemont, seu vice-presidente Oriol Junqueras e o restante de seu Executivo, e disse que os ministérios de Madri assumirão as competências de cada secretaria homóloga catalã.
— Hoje dissolvi o Parlamento da Catalunha e no próximo 21 de dezembro serão celebradas eleições autônomas, que serão limpas, livres e legais — prosseguiu Rajoy.
As medidas buscam "evitar o sequestro inadmissível de uma maioria dos catalães e o furto de uma parte de seu território do resto dos espanhóis", disse Rajoy, que qualificou esta sexta-feira de um "dia triste, na qual a irracionalidade se impôs à lei" — em alusão à declaração de independência do Parlamento catalão.
Outras medidas compreendem a destituição do diretor-geral da Polícia regional catalã, Pere Soler, dos representantes do governo catalão em Madri e Bruxelas e a "extinção" das conhecidas como embaixadas catalãs no mundo.