O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi envolvido nesta terça-feira (21) em uma conspiração para cometer fraude eleitoral, no dia em que dois de seus ex-assessores foram considerados culpados por diferentes crimes vinculados à investigação federal envolvendo as eleições presidenciais de 2016, o que representa um golpe legal e político para o líder americano.
Em Nova York, Michael Cohen, 51 anos, advogado de Trump durante uma década, se declarou culpado de oito acusações e revelou que pagou pelo silêncio de duas ex-amantes do então candidato republicano em 2016. Cohen assumiu cinco crimes de sonegação fiscal entre 2012 e 2016, um de fraude bancária e dois delitos de violação da lei de financiamento de campanhas eleitorais.
Ao assumir sua culpa, Cohen disse ao juiz William Pauley que pagou 130 mil e 150 mil dólares durante a campanha eleitoral de 2016 em troca do silêncio de duas mulheres que teriam se relacionado com o presidente, "a pedido do candidato e com a intenção de influenciar na eleição" presidencial.
Cohen não identificou as mulheres, mas os valores foram pagos à atriz pornô Stormy Daniels, que assegura ter mantido um caso com Trump em 2006 (130 mil dólares), e a ex-coelhinha da Playboy Karen McDougal, suposta amante do magnata em 2006 e 2007.
Cohen, que certa vez declarou ser tão leal a Trump que "receberia um tiro", parece ter mudado de opinião quando as autoridades começaram a cercá-lo, e em julho disse que sua "lealdade" estava com a mulher, os filhos e o país.
O juiz Pauley pronunciará a sentença de Cohen no dia 12 de dezembro, e o advogado poderá receber até cinco anos de prisão por cada um dos crimes de sonegação fiscal, 30 anos por fraude bancário e cinco anos por cada delito de violação da lei de financiamento de campanha. A Casa Branca se negou a comentar as afirmações do Cohen.
Mais tarde, em comunicado à imprensa americana, o advogado do Trump, Rudolph Giuliani, declarou que "não há acusações de qualquer crime contra o presidente no que foi apresentado pelo governo contra o Sr. Cohen".