Michael Cohen, ex-advogado de Donald Trump, se declarou culpado nesta terça-feira de oito crimes em um tribunal de Nova York e revelou que a pedido do atual presidente americano pagou pelo silêncio de duas ex-amantes do então candidato republicano nas eleições de 2016.
Cohen, 51 anos, que foi advogado de Trump durante dez anos, assumiu cinco crimes de sonegação fiscal entre 2012 e 2016, um de fraude bancária e dois delitos de violação da lei de financiamento de campanhas eleitorais.
Ao assumir sua culpa, Cohen disse ao juiz William Pauley que pagou 130 mil e 150 mil dólares durante a campanha eleitoral de 2016 em troca do silêncio de duas mulheres que teriam se relacionado com o presidente, "a pedido do candidato e com a intenção de influenciar na eleição" presidencial.
Cohen não identificou as mulheres, mas os valores foram pagos à atriz pornô Stormy Daniels, que assegura ter mantido um caso com Trump em 2006 (130.000 dólares), e a ex-coelhinha da Playboy Karen McDougal, suposta amante do magnata em 2006 e 2007.
"Você sabia que tudo isto era errado e ilegal?" - perguntou o juiz Pauley. "Sim" - respondeu Cohen com a voz tremula.
As declarações de Cohen dão a entender que Trump pode ter cometido um crime, e foram qualificadas de graves pelo próprio presidente.
Cohen declarou certa vez que era tão leal a Trump que "receberia um tiro" por ele.
Mas isto parece ter mudado quando as autoridades começaram a cercá-lo e em julho disse que sua "lealdade" estava com a mulher, os filhos e o país.
O juiz Pauley pronunciará a sentença de Cohen no dia 12 de dezembro, e o advogado poderá receber até cinco anos de prisão por cada um dos crimes de sonegação fiscal, 30 anos por fraude bancário e cinco anos por cada delito de violação da lei de financiamento de campanha.
* AFP