O submarino argentino ARA San Juan está desaparecido, desde 15 de novembro, com 44 tribulantes a bordo. Na quinta-feira (23), autoridades argentinas informaram que a embarcação sofreu uma avaria, provavelmente em razão de uma explosão, antes de desaparecer no Oceano Atlântico.
Confira o que se sabe sobre o incidente até o momento.
Explosão
Após especulações sobre a situação do submarino e sobre sua capacidade de renovar o oxigênio a bordo, a tese da explosão é agora a única pista, apesar de não determinar exatamente a posição da embarcação.
"Estações Hidroacústicas detectaram um sinal (explosivo) em 15 de novembro, próximo à última posição conhecida", informou a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (Otpcen).
A explosão explicaria a ausência da ativação da baliza de emergência e a interrupção completa das comunicações do submarino.
Avaria informada
O comandante do submarino, capitão de fragata Pedro Martín Fernández, informou à base um problema nas baterias. Em uma comunicação posterior, rrlatou que seguia para a base naval de Mar del Plata, a 400 quilômetros de Buenos Aires, onde deveria chegar no dia 19 ou 20 deste mês.
Um submarino deste tipo está geralmente equipado com quatro baterias de 50 toneladas, contendo chumbo e ácido sulfúrico. Em caso de problemas, as baterias podem produzir gases instáveis e até ocasionar uma explosão.
Zona de busca
Os navios e aviões vinham realizando buscas em uma zona de 500 mil km² para detectar o submarino. Agora, porém, se concentram em uma área em torno do ponto da explosão. Nesta região, a profundidade das águas é de entre 200 e 350 metros, e há muitos barcos de pesca.
No total, 14 navios, 12 aviões e 4 mil homens participam das operações de busca, que incluem contingentes de Brasil, Alemanha, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Grã-Bretanha e Uruguai.
— Se você tem uma posição, é possível encontrá-lo. Se a explosão enviou o San Juan ao fundo, será possível localizá-lo e alcançá-lo, dependendo da profundidade — disse um submarinista, que pediu para não ser identificado.
Submarino de 1983
Fabricado na Alemanha em 1983, o submarino de 65 metros foi incorporado à frota argentina em 1985. Em 2014, passou por manutenção e, segundo a Marinha, estava "totalmente operacional".
Em tempos de paz, o submarino era usado para o controle da pesca ilegal nas águas argentinas do Atlântico Sul, onde numerosos navios estrangeiros se aventuram com frequência.
A Argentina tem outros dois submarinos: o San Luis, em reparos, e o Salta, atracado na base de Mar del Plata.
Apoio sofisticado
Dois navios zarparam do porto de Comodoro Rivadavia com militares americanos equipados com material de resgate: dois mini submarinos de controle remoto e cápsulas de resgate para os tripulantes do ARA San Juan.
A Rússia enviou, na quinta-feira (23), o Yantar — navio oceanográfico com equipamentos para "investigar a uma profundidade de até 6 mil metros", com o apoio de dois mini submarinos.