Um policial será indiciado na Venezuela pela morte de um jovem de 19 anos, ferido por uma bala, durante um protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro. A informação foi anunciada, nesta sexta-feira, pela promotoria venezuelana.
Os dois promotores encarregados do caso "indiciarão o oficial por supostamente cometer um crime previsto na legislação venezuelana", indicou um comunicado sem detalhar que acusações lhe atribuirão.
Na noite de quinta-feira, Jairo Ortiz morreu após receber um tiro no peito em uma área nos arredores de Caracas, quando as forças de segurança tentavam dispersas manifestantes que bloqueavam uma via. O acusado pelo crime é um oficial da Polícia Nacional de 27 anos, que já foi detido pela militarizada Guarda Nacional, segundo o Ministério Público.
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O protesto em que morreu o jovem foi registrado depois de uma grande manifestação opositora em Caracas que terminou em confusão, com o balanço de 19 feridos e 30 presos. Nesta sexta-feira foi realizado um protesto no local para condenar a ação.
O defensor público Tareck William Saab anunciou, na quinta-feira, por meio do Twitter, que conversou com o ministro do Interior e da Justiça, Néstor Reverol, para garantir que a morte de Ortiz não fique impune.
A oposição, que denuncia uma forte "repressão" a suas manifestações, condenou o ocorrido. O ex-candidato à presidência Henrique Capriles, governador de Miranda, responsabilizou Reverol poder ordenar a repressão "sem se importar com vidas".
A oposição protesta contra as decisões com as quais o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) assumiu brevemente as competências do Parlamento, de maioria opositora.
Depois que policiais e militares impediram que os adversários de Maduro protestassem até a Defensoria, ocorreram problemas em diferentes pontos da cidade.
*AFP