Principal cabo eleitoral da candidata democrata Hillary Clinton, o presidente Barack Obama tem passado os últimos dias fora da Casa Branca, em viagem pelo país na tentativa de eleger sucessora sua ex-secretária de Estado. Nesta sexta-feira, ele desembarca em Charlotte, onde ZH está, para um comício na Universidade da Carolina do Norte. Antes, lançará mão de uma última tentativa de convencer os eleitores a votar antecipado (24,4 milhões já votaram em todo o país, antes mesmo da terça-feira), durante evento em Fayetteville.
É a segunda vez que Obama vem ao Estado, que se tornou um dos principais campos de batalha da eleição. Com direito a 15 delegados no Colégio Eleitoral, a Carolina do Norte pendeu para o lado democrata nas duas últimas disputas à Casa Branca. Mas, agora, pesquisas mostram empate técnico entre Hillary e o republicano Donald Trump.
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Poucas vezes um presidente se engajou tanto na eleição do sucessor. Em 2008, com uma das popularidades mais baixas da história, George W. Bush não entrou na disputa. Sua imagem após oito anos de governo e as guerras no Afeganistão e no Iraque não ajudariam - como não ajudaram - o candidato republicano de então, John McCain. Tampouco Bill Clinton entrou tanto quanto Obama na corrida eleitoral de 2000, mesmo tendo como candidato o seu vice, Al Gore.
A presença de Obama em Charlotte nesta sexta-feira é simbólica. A cidade é epicentro da tensão racial nos Estados Unidos, um problema que se agravou este ano, o último dos dois mandatos do primeiro presidente negro da história americana. Em setembro, explodiram aqui violentos protestos depois da morte de Keith Lamont Scott, um negro de 43 anos, por um policial também negro. Segundo uma contagem do jornal The Washington Post, só em 2016, 702 pessoas morreram por tiros da polícia – desses, 321 brancos, 172 negros e 111 de origem hispânica. Apesar do maior número de vítimas entre os brancos, os negros, proporcionalmente são em percentual maior.
Aqui, na Carolina do Norte, essa comunidade representa 22,5% da população - um contingente que foi decisivo para Obama nas eleições e que, sem ele, dificilmente Hillary conseguirá chegar à Casa Branca na terça-feira.