O governador Ranolfo Vieira Júnior falou, na manhã desta segunda-feira (19), sobre a investigação da Polícia Federal (PF) que tramita em relação à secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann. O caso foi revelado pelo Grupo de Investigação da RBS (GDI).
Questionado durante entrevista coletiva, Ranolfo disse reafirmar a confiança que tem no trabalho de Arita e atestou que ela segue no cargo.
Arita assumiu a pasta estadual em 2019 e está cotada para permanecer no cargo no segundo governo de Eduardo Leite (PSDB), a partir de janeiro. Os fatos investigados teriam ocorrido em 2017.
Ranolfo se manifestou durante a solenidade de entrega da nova sede da Secretaria da Segurança Pública, instalada onde funcionava o fórum do 4º Distrito.
— A secretária Arita faz e fez um excelente trabalho, e a sociedade gaúcha é testemunha disso. Eu tenho conhecimento desta investigação desde o dia em que foram cumpridos mandados de busca. A própria secretária Arita nos comunicou. Ela colocou tudo aquilo que poderia colocar, o seu sigilo, à disposição da Polícia Federal. São fatos referentes ao ano de 2017, que não têm nenhuma ligação com o Estado — disse o governador.
Na Operação Septicemia, deflagrada em 7 de dezembro, a PF fez buscas na casa e no gabinete de Arita, que também teve o telefone celular apreendido. Ela se tornou alvo da apuração a partir da análise de materiais apreendidos em outra ofensiva, a Autoclave, realizada em 2019 contra a organização social IBSaúde.
Diálogos extraídos do telefone do principal investigado da época, José Eri Osório de Medeiros, presidente do IBSaúde, indicariam que o instituto atuava como uma consultoria para agentes públicos. Ou seja, o contratante — que é o órgão público que lança a licitação — estaria acertando com o possível contratado os termos do negócio e as exigências da licitação.
Para a PF, as conversas indicam que Arita teria acertado com o IBSaúde termos para montar a licitação em São Lourenço do Sul. E também que teria intercedido para que o instituto fosse contratado pela pasta em Pelotas, onde ela atuou antes de assumir em São Lourenço.
Arita ainda não foi ouvida pela Polícia Federal.
O que disse a secretária Arita Bergmann, por meio de nota:
"A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, assim que tomou ciência dos fatos, comunicou ao governador. Arita registrou à Polícia Federal o seu compromisso com a responsabilidade, probidade da gestão com a saúde do Rio Grande do Sul e com a transparência de todos os atos realizados no âmbito da Secretaria Estadual da Saúde, assim como ofertou, desde já, sua disponibilidade para levantamento de quaisquer dados sob sigilo, inclusive bancários e telemáticos. Cabe ressaltar, ainda, que, levando em conta o que já é de conhecimento público quanto ao teor da investigação até o momento, a operação visa apurar contratos firmados com prefeituras, não havendo qualquer relação com a gestão de saúde estadual. Mais uma vez, a secretária se coloca à disposição da sociedade para qualquer esclarecimento."