Com a operação deflagrada pelo Ministério Público (MP) na manhã desta quinta-feira (6), Canoas despertou com muitas dúvidas sobre o processo de contratação que envolveu o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), ocorrido durante a gestão de Jairo Jorge (PDT). Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o ex-prefeito negou qualquer vantagem indevida ao grupo — que tem contrato de R$ 1 bilhão por cinco anos, um dos mais vultosos valores para essa área no país:
— O Gamp foi chamado, iniciou os trabalhos de transição em novembro, no final do nosso governo e cumpriu todas as formalidades — diz
Segundo Jairo Jorge, o Gamp ficou em segundo lugar no processo inicialmente. O vencedor “foi o (grupo) Cruz Vermelha, mas diante dos problemas (de inidoneidade) em Camboriú (SC), ele foi inviabilizado judicialmente de participar não só da licitação em Canoas, como também em Porto alegre”, deixando o Gamp como sucessor.
Atualmente, o Gamp administra os hospitais Universitário (HU), de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), duas unidades de pronto atendimento e quatro de atendimento psicossocial.
Na manhã desta quinta, o MP cumpriu mandados de prisão contra quatro pessoas ligadas à entidade, entre eles Marcelo Bósio, ex-secretário da Saúde de Canoas. Indagado sobre a participação do ex-funcionário da cidade, Jairo lamentou o ocorrido e afirmou que Bósio tomou a decisão de participar do grupo após sair da prefeitura:
— Ele não me consultou para fazer parte (do Gamp). O secretário não tinha controle sobre processo licitatório em uma prefeitura como Canoas, até porque o processo era conduzido por uma outra secretaria, tinha acompanhamento direto e monitoramento da procuradoria. Além disso, tem uma controladoria geral do município — explica.
Terceiro colocado nas eleições de 2018 no governo, o pedetista disse que confia no trabalho do seu sucessor no município, Luiz Carlos Busato (PTB).
— Tenho certeza de que Busato vai apurar todos os fatos. Que vai acompanhar, fiscalizar e exercer seu papel. Eu fiz isso.