
O Ministério Público Federal (MPF) quer que as empresas do Consórcio FrotaPoa — responsáveis pela fabricação de 15 novos trens da Trensurb que nunca funcionaram como deveriam — fiquem impedidas de serem contratadas pelo poder público. Em entrevista ao Gaúcha + nesta segunda-feira (23), o procurador da República em Novo Hamburgo, Celso Tres, afirmou que vai entrar com ação na Justiça nos próximos meses.
O procurador acrescentou que deve oferecer denúncia também contra a administração anterior da Trensurb, responsável pela contratação do consórcio, por improbidade administrativa. Segundo Tres, a intenção com a ação é garantir a indenização aos usuários.
Desde a operação da nova frota em 2014, os 15 trens nunca funcionaram ao mesmo tempo. Com problemas técnicos graves, apenas seis estão em operação atualmente. Nesta segunda-feira, o Grupo de Investigação da RBS revelou que a empresa abriu mão de testes que poderiam ter evitado os problemas nas novas composições.
O atual presidente da Trensurb, David Borille, que não participou do processo de compra, avalia possibilidade de entrar na entrar na Justiça para pedir ressarcimento ao consórcio pelos prejuízos causados à empresa. O procurador salienta que a judicialização do processo é um direito que a empresa tem.
— Ela poderia ter feito antes (entrar na Justiça). É uma liberdade que a administração tem. Vamos ver o que a Trensurb está pedindo e vamos fazer o mesmo em uma segunda ação — declarou Tres.