Ex-deputado estadual e ex-presidente do Grêmio, Paulo Odone assumiu na sexta-feira a vice-presidência do Badesul. Ele acumulará o cargo com a direção administrativa do banco, função que já desempenhava desde 2015.
A ascensão de Odone está relacionada com o término da sindicância coordenada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) que investigou calotes de R$ 157 milhões sofridos pelo Badesul em contratos de financiamento assinados entre 2011 e 2014. A conclusão foi de que boas práticas bancárias foram desconsideradas nos processos de análise de concessão de crédito. Depois de os empréstimos serem feitos, as empresas Iesa Óleo e Gás, Wind Power Energy e D'Itália Móveis entraram em recuperação judicial e não quitaram as parcelas. O Badesul ficou com o prejuízo.
A sindicância responsabilizou 23 pessoas pelos atos, entre servidores com estabilidade e de livre nomeação do Palácio Piratini, controlador do banco. Dentre os apontados, dois tinham ocupado cargos de direção, de indicação política, no governo Tarso Genro e seguiam nesta mesma condição na gestão de José Ivo Sartori. Por terem sido responsabilizados, a Casa Civil decidiu determinar a demissão de Pery Sperotto e de Luiz Alberto Bairros. Sperotto foi vice-presidente do Badesul nos dois últimos governos, enquanto Bairros ocupou a diretoria administrativa no governo Tarso e, agora, era o presidente do Conselho Fiscal.
O afastamento de Sperotto foi confirmado na última sexta-feira, enquanto Bairros se antecipou: um dia antes, na quinta, renunciou ao cargo. O governo decidiu alçar Paulo Odone à vice-presidência, mantendo também as funções de diretor administrativo, mas sem acumular salários. A opção foi por receber o vencimento de vice-presidente.
O novo presidente do Conselho Fiscal, em substituição a Bairros, ainda não foi escolhido. O Piratini deverá fazer uma indicação que precisará passar pela aprovação do Banco Central.