O isolamento provocado pela pandemia de covid-19 tirou muitas pessoas dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), mas, mesmo com o enfraquecimento da crise sanitária, número considerável de frequentadores se manteve distante dos galpões. Para retomar esta conexão, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) criou a campanha “O que tem no CTG – Venha conhecer”, que tem como embaixadores, na edição 2023, o cantor Michel Teló e a jornalista da RBS TV, Shirlei Paravisi.
A ideia partiu do diretor de Pesquisa e Difusão Cultural da entidade, Jeandro Garcia, que pensou numa forma de mostrar tudo o que os centros oferecem e representam para os gaúchos.
— Teve gente que se desempregou e ficou sem dinheiro ou precisou se mudar. Alguns priorizaram outras atividades ou "despilharam". A estratégia, então, foi procurar outros públicos e mostrar o quanto é legal o tradicionalismo — conta.
A iniciativa foi concebida em 2022 e teve o apoio do então presidente do MTG, Manoelito Savaris, falecido recentemente. O primeiro vídeo disponibilizado nas redes sociais da campanha já teve mais de 2 milhões de visualizações. O sucesso inspirou a reedição em 2023, com o convite a embaixadores que dessem ainda mais notoriedade à ação.
— O pai do Teló foi patrão de CTG (Tropeiros da Querência, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul) e a família participava de eventos tradicionalistas. Já a Shirlei deu uma entrevista para a rádio do MTG e foi fantástico. Eles foram muito receptivos — diz Jeandro.
Proximidade desde a infância
No vídeo publicado nesta terça-feira (19) nas redes sociais, o cantor - paranaense de nascimento - falou sobre seu vínculo com a cultura gaúcha.
— O CTG foi muito importante na minha vida, foi onde iniciei a minha trajetória artística, minhas primeiras apresentações. Já dancei chula e participei de invernadas – contou Teló, revelando que as músicas gauchescas que aprendeu durante a vida são entoadas até hoje em seus shows.
As lembranças da jornalista caxiense sobre os centros de tradições remetem à infância, quando os pais de Shirlei a levavam para participar de atividades nos galpões e em rodeios.
— Se tem CTG, tem família, respeito, amor ao próximo e um ser humano muito melhor — resumiu ela no vídeo.
No site do MTG , é possível visualizar qual a entidade mais próxima da casa do interessado em se aproximar do tradicionalismo e não sabe por onde começar.
— De repente, se trata de uma pessoa de idade que não quer dançar, mas pode jogar um truco. Alguém que gostaria de integrar a campeira e não tem cavalo, pode participar também. O importante é criar núcleos sociais — comenta Jeandro.
Nos próximos dias, novos vídeos serão postados nas redes sociais. Neles, crianças, jovens, adultos e tradicionalistas mais antigos demonstram os benefícios do cotidiano de um CTG na vida das pessoas. A ideia é que o material se transforme em uma websérie no futuro, destacando cada aspecto do tradicionalismo. Outra ação prevista é a publicação de cards com perguntas frequentes sobre estes locais para que as pessoas tirem dúvidas a respeito dos centros.
Para conferir a campanha na internet, basta acessar os perfis no Facebook e no Instagram digitando “O que tem no CTG”.