Com alterações no odor e na coloração da água em Santa Cruz do Sul, o Ministério Público do Rio Grande do Sul entrou com uma ação civil pública contra a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan/Aegea), exigindo uma solução imediata para o fornecimento.
O promotor de Justiça Érico Fernando Barin argumenta que, nos últimos dias, a empresa deu diferentes explicações para a possível causa do mau cheiro da água, como a proliferação de algas no ponto de captação e até o despejo clandestino de resíduos, fato que ele diz não ter sido comprovado.
O Ministério Público cita que houve um aumento de atendimentos em unidades básicas de saúde do município por problemas gastrointestinais, como diarreia e dor abdominal, com suspeita de estarem relacionadas à qualidade da água.
A ação ainda pede a aplicação de multa no valor de R$ 100 mil por cada dia, enquanto persistir o fornecimento de água em condições impróprias ou se houver a interrupção do abastecimento.
Em nota, a Corsan confirma que há um um desequilíbrio ecológico no Lago Dourado, onde ocorre a captação, e que as alterações são provocadas pela proliferação de algas de forma acelerada e acima do normal. Apesar disso, a companhia garante que a água distribuída para a população é potável e segura para o consumo.
A Corsan ainda diz que está auxiliando o município em busca de soluções e que monitora diariamente a água captada no local para realizar os ajustes necessários no processo de tratamento e a aplicação de carvão ativado. A empresa diz que são mais de 500 testes diários de amostras feitas nos laboratórios antes da saída da água para os reservatórios.
Sobre a ação civil pública, a companhia afirma que "já vinha prestando esclarecimentos ao Ministério Público e autoridades sanitárias demonstrando a confiabilidade do processo de tratamento de água".
O que diz a Corsan
Em relação ao gosto e cheiro da água oriunda do Lago Dourado e distribuída em Santa Cruz do Sul, a Corsan confirma que há, claramente, um desequilíbrio ecológico no manancial de captação. As alterações são provocadas pela proliferação de algas de forma acelerada e acima do normal. Apesar disso, a água distribuída para a população é potável e segura para o consumo.
A empresa está igualmente sendo prejudicada por esta situação. Enquanto auxilia o município, testando soluções como o uso de ultrassom e o novo componente, o Phoslock. A Companhia aguarda medidas urgentes por parte dos órgãos competentes para que a normalização ocorra no menor prazo possível. Entre as medidas já tomadas pela Corsan estão o monitoramento diário da água captada no local para realizar os ajustes necessários no processo de tratamento e a aplicação de carvão ativado na água bruta no Lago Dourado e na Estação de Tratamento (ETA).
A Corsan esclarece que a água captada em rios, arroios ou barragens, para abastecer a população, passa por rigoroso tratamento antes de ser distribuída para consumo. Somente depois de todos os procedimentos de purificação e controle de qualidade, com mais de 500 testes diários de amostras feitas nos laboratórios da Companhia, é que a água sai das estações de tratamento e daí para os reservatórios, onde é armazenada para ser enviada os clientes.
As amostras passam também pelo Laboratório Central de Águas, localizado em Porto Alegre e que atende os 317 municípios do Rio Grande do Sul abastecidos pela Corsan. São monitorados cerca de 100 parâmetros exigidos pelas portarias de Potabilidade do Ministério da Saúde e de Agrotóxicos da Secretaria Estadual de Saúde. Desta forma, a água chega às torneiras sem risco da permanência de algum elemento que possa ocasionar doenças.
A Companhia possui competência técnica reconhecida pela certificação ISO 17.025, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Isso representa a garantia da qualidade da água oferecida.
Quanto a ação civil pública, a Companhia já vinha prestando esclarecimentos ao Ministério Público e autoridades sanitárias demonstrando a confiabilidade do processo de tratamento de água, que garante a sua potabilidade não representando qualquer risco à saúde da população. A Corsan segue cumprindo com todas as medidas de sua responsabilidade.