Cerca de 250 mil clientes da Enel seguem sem energia elétrica na região metropolitana de São Paulo desde a tempestade da última sexta-feira (11). A quantidade de clientes afetados por municípios ainda está em apuração pela concessionária.
"Técnicos da distribuidora seguem atuando para restabelecer o serviço para cerca de 250 mil clientes na região metropolitana de São Paulo", afirma a Enel.
Como efeito de comparação, a população de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, é de 227 mil habitantes, conforme dados do governo do Estado. Viamão, na Região Metropolitana possui 224 mil.
A companhia diz que reforçou as equipes próprias em campo, recebeu apoio de técnicos de outras distribuidoras e deslocou profissionais de outros Estados. O governo federal determinou auditoria da empresa e deu prazo de três dias para que o serviço seja totalmente restabelecido.
Na segunda-feira, também anunciou que operadores de unidades da Enel de outros países foram convocados pela distribuidora para ajudar no trabalho de restabelecer a energia elétrica em São Paulo e em demais cidades da região metropolitana da capital.
No pico do apagão, mais de 2,1 milhões ficaram sem luz após a tempestade com ventania na noite de sexta-feira, com rajadas que chegaram a 107,6 km/h. As cidades mais afetadas foram São Paulo, Cotia e Taboão da Serra.
Até as 6h desta terça-feira, cerca de 1,8 milhão de clientes tiveram a energia restabelecida.
Fiesp cobra que Enel cumpra contrato
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) cobrou que a Enel cumpra todas as cláusulas do contrato de concessão. A entidade pede uma resposta "consistente e definitiva" ao problema.
"A Fiesp conclama as autoridades para que façam a Enel-SP cumprir todas as cláusulas do contrato de concessão", reivindicou a entidade patronal. Conforme lembra a Fiesp, a distribuidora de energia vem demonstrando incapacidade de restabelecer o fornecimento após episódios climáticos.
"Não se pode mais postergar soluções que evitem o quadro caótico atual, que tende a se agravar com a chegada das tempestades de verão", frisa a Fiesp, acrescentando que, após o temporal de sexta-feira, mais uma vez o caos foi instaurado.
Desde que assumiu a concessão em 2018, emenda a Fiesp, a Enel teve diversas oportunidades para provar sua competência, mas falhou.
"Não se pode permitir que a região de maior desenvolvimento econômico do país não tenha uma concessionária de distribuição de energia que cumpra suas obrigações previstas no contrato de concessão e as decorrentes da essencialidade do serviço público que presta à sociedade", conclui a nota da Fiesp.