A secretária estadual do Meio Ambiente, Marjorie Kauffman, admitiu que será preciso mais investimento na manutenção dos sistemas de monitoramento de rios do Rio Grande do Sul e afirmou que a saída encontrada pelo governo será a terceirização desse trabalho. A afirmação foi dada na manhã desta quinta-feira (11), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.
— Precisamos, sim, investir mais em manutenção e em ampliação sobre esse aspecto. Nós também estamos em fase de contratação de uma empresa terceirizada para a questão de recuperação e manutenção das estações que a secretaria já possui, cerca de 178 estações (entre as automatizadas e manuais) que foram adquiridas há alguns anos, mas que a ideia é que a gente revisite com mais eficiência estas estações a cargo da Secretaria do Meio Ambiente — afirmou a secretária.
A entrevista ocorreu após a reportagem de Zero Hora apontar dados sobre as perdas das estruturas automatizadas de medição do nível dos rios que estão sob administração do governo do Estado.
Para a medição, são utilizadas estações hidrometeorológicas. Popularmente chamadas de réguas, essas estações podem ser convencionais ou automatizadas.
A principal diferença entre as réguas de medição de nível manuais e automáticas está na efetividade do registro. Enquanto a manual conta com a intervenção de um profissional no local, a automática envia quatro índices de hora em hora via satélite ou pela internet. Ou seja, a cada 15 minutos, é feita uma nova medição, permitindo um acompanhamento mais preciso e prévio aos desastres.
A estimativa é que somente 30% das 76 estações automáticas da secretaria estejam funcionando. Não houve a revisão nem manutenção adequada desde as últimas três enchentes por falta de pessoal.
A secretária Marjorie enfatizou que o sistema de alerta e prevenção não depende apenas das estruturas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e que há outras estações de monitoramento automatizadas, como as do Serviço Geológico Brasileiro (SGB).
Além da terceirização da manutenção, a secretária prometeu a compra de 130 novas estruturas chamadas de “estações de crise” para a Defesa Civil, pois independem de sistemas de infraestrutura e têm capacidade de operação mesmo sem energia elétrica ou sem rede de telefonia.