A forte chuva que atingiu o Rio Grande do Sul afetou 385 dos 497 municípios do Estado e causou dezenas de mortes. O desastre climático ainda afetou o fornecimento de água tratada e de energia elétrica em centenas de milhares de imóveis. A chuva também levou o Guaíba ao maior nível já registrado.
Mortes e desaparecimentos
De acordo com o boletim da Defesa Civil estadual, divulgado às 18h de segunda-feira (6), a chuva causou 85 mortes, em 38 municípios gaúchos. Outros quatro óbitos estão em investigação, para confirmar se foram causados pelo desastre meteorológico.
Outras 339 pessoas se feriram. Há 134 desaparecidos.
O RS tem 153.824 desalojados e 47.676 pessoas em abrigos.
Nível do Guaíba
As medições do nível do Guaíba são realizadas de hora em hora, conforme divulgação da Defesa Civil estadual. O dado mais recente, das 17h15min, mostra que o nível aumentou 1cm em relação ao medido duas horas antes, chegando aos 5m28cm. O registro mais alto foi de 5m33cm, às 8h de domingo (5).
Água
As regiões Metropolitana, Nordeste, Central e dos Sinos estão com o abastecimento de água tratada afetado e o consumo deve ser feito de maneira responsável nestes locais. Conforme boletim da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), divulgado às 17h de segunda-feira (6), 750 mil imóveis estão desabastecidos em 51 municípios de sua área de atendimento.
A Região Metropolitana é a mais atingida, com 490 mil imóveis sem água em sete cidades. Os municípios de Alvorada, Canoas, Cachoeirinha, Esteio e Sapucaia do Sul estão totalmente desabastecidos, com as estruturas operacionais comprometidas devido aos alagamentos. Viamão tem 97% dos imóveis sem água e Gravataí 50%. Guaíba e Eldorado do Sul estão isolados, no entanto com o fornecimento normalizado após a instalação de dois geradores na Estação de Tratamento de Guaíba.
Além da Metropolitana, na região Nordeste são 163 mil imóveis sem água em 31 municípios, sendo que em Lajeado a operação na captação de água está sendo retomada, com previsão de que o abastecimento seja retomado, de forma gradual, já nesta segunda.
Na região Central são 57 mil imóveis em 10 municípios, no Sinos há desabastecimento em três cidades, impactando em 15 mil imóveis, em Nova Santa Rita, Triunfo e General Câmara.
Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informa que cinco estações de tratamento de água (Etas) seguem com operações suspensas. São elas ETA Moinhos de Vento, ETA São João, ETA Tristeza, ETA das Ilhas e, desde esta segunda, a ETA Menino Deus também está inoperante. Além disso, a outra ETA da cidade está operando com capacidade reduzida.
A suspensão das atividades nas estações se deve à inundação das estações de bombeamento de água bruta (Ebabs), que são as responsáveis pela captação da água para tratamento. Com isso, diversos bairros de Porto Alegre estão sem água ou com baixa pressão. Não há previsão para retomada das operações.
Energia elétrica
O Estado tem, no começo da noite desta segunda-feira, ao menos 446 mil imóveis sem energia elétrica.
A RGE informa que em sua área de concessão 270 mil clientes estão desabastecidos. A maioria desses clientes está em áreas alagadas ou em locais inacessíveis para as equipes. As regiões mais afetadas são Região Metropolitana (81,1 mil), Vale do Taquari (65,6 mil), Vale dos Sinos (54,4 mil), Vale do Rio Pardo, (37,2 mil) Serra (9,5 mil), Central (5,5 mil) e Planalto (5,4 mil).
Na área da Certel (em municípios dos Vales do Taquari, Caí, Rio Pardo, Paranhana e Encosta Superior do Nordeste), são 19 mil clientes sem fornecimento de energia elétrica.
Já a CEEE Equatorial divulgou que 157 mil clientes estão sem fornecimento de energia elétrica, sendo que 144 mil estão desligados por segurança, devido a áreas alagadas. Os municípios mais atingidos são Alvorada, Guaíba, Pelotas e Porto Alegre.