As buscas à pequena Agnes da Silva Vicente, de sete meses, prosseguem coordenadas em duas frentes: em um flanco, a prefeitura articula-se com hospitais e unidades de saúde para onde a criança pode ter sido levada após o resgate ocorrido em Canoas, na noite de sábado (4). Em outro campo das apurações, a Polícia Civil realiza varredura pelos abrigos e espaços de acolhimento, solicitando informações e distribuindo fotos da menina.
— É um cenário muito complexo. Há informações desencontradas. Não existe, por parte de familiares, clareza sobre o encaminhamento da criança. Estamos investigando como um desaparecimento — define o diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana (DRM) da Polícia Civil, delegado Cristiano Reschke.
A bebê foi separada da família após resgate, quando precisaram deixar a casa, no bairro Harmonia, no sábado (4) à noite. Ocorreram relatos dando conta de que Agnes teria sido socorrida em uma ambulância, após a família ser resgatada. Antes, todos teriam caído de embarcação na qual eram conduzidos. Teriam chegado encharcados ao encontro de voluntários. A mãe disse acreditar que a menina tinha sido levada para uma ambulância.
Contudo, nenhuma instituição de saúde de Canoas teve o registro de atendimento a uma bebê naquela noite, exceto o Hospital da Ulbra, onde duas irmãs de Agnes estão internadas em condições clínicas estáveis.
Conforme o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, foi emitido um alerta para todas as unidades do serviço público municipal. Até a noite desta quarta-feira (8), nenhuma informação sobre atendimento ou encaminhamento de uma criança com as características de Agnes foi reportada. Tampouco, houve notícia de criança sem pais em abrigos da cidade.
— Existe uma mobilização de servidores atentos a este caso. Não há confirmação de transporte de bebê sozinha em ambulância naquela noite. Esperamos poder trazer essa criança de volta para sua família — diz.
O prefeito conta que fotos de Agnes têm sido divulgadas diante da eventualidade de que alguma pessoa tenha tomado a decisão de acolher a criança e possa identificá-la para devolvê-la aos pais.
Informações sobre Agnes podem ser repassadas a qualquer setor do serviço público de Canoas ou diretamente à Polícia Civil.
Relembre o caso
Era noite de sábado quando a família da dona de casa Gabrielli Rodrigues da Silva, 24 anos, e do pintor predial Alisson Nunes Vicente, 25 anos, precisou deixar sua residência no bairro Harmonia com Agnes e mais três crianças.
No percurso do resgate, o barco no qual foram salvos virou. Todos caíram na água, mas teriam voltado rapidamente à embarcação e chegado vivos no ponto de recepção dos flagelados. Gabrielli disse ter visto a filha ser levada a uma ambulância. Não a viu mais.
Duas filhas do casal, Ágata, que é gêmea de Agnes, e Alice, 7 anos, foram levadas ao Hospital da Ulbra, onde permanecem sob cuidados. Yuri, 2 anos, está abrigado com os pais no campus da universidade, também em Canoas.