O resgate de pessoas atingidas pela enchente em Eldorado do Sul e na região das Ilhas, em Porto Alegre, segue na Usina do Gasômetro, na capital gaúcha, nesta segunda-feira (6). Bombeiros, soldados, policiais e voluntários trabalham nas buscas e acolhimento dos desabrigados.
Um dos voluntários é Dênis, morador do bairro Picada, em Eldorado do Sul. Mesmo após perder tudo e ser encaminhado para um abrigo, o jovem trabalha no auxílio aos necessitados que chegam ao local.
— Decidi vir para cá porque na última enchente eu fiquei decepcionado em não conseguir ajudar. Estou conseguindo dar apoio. Estou em uma situação ruim, em abrigo, mas tem gente pior do que eu. Tem gente em cima do telhado. Sou do bairro Picada, no acesso da Ilha da Pintada, um dos primeiros lugares a chegar água — detalhou, admitindo o cansaço:
— Eu não durmo faz tempo. Estou exausto, mas não consigo descansar.
O município de Eldorado do Sul é o mais atingido pelas inundações. A totalidade da região urbana da cidade está abaixo d'água.
— Na minha família (de Eldorado do Sul) cada um está em um abrigo (em Porto Alegre). A prioridade é resgatar quem precisa de socorro. Estou em uma situação complicada. Na minha casa, a água estava pelo joelho. Ninguém imaginou que fosse subir tanto. Foi uma cena de terror, apocalíptica. Barcos virando, pessoas sendo levadas pela correnteza — contou, valorizando o trabalho realizado na Usina do Gasômetro:
— Cheguei no primeiro dia e estava desorganizado. Conseguimos organizar da melhor forma. Temos um acolhimento muito bom. Alguns chegam machucados, feridos.