Mais de mil pessoas estão fora de casa nos municípios de Taquara e Parobé, no Vale do Paranhana. Diversas famílias tiveram que ser resgatadas entre a noite de terça-feira (30) é a manhã desta quarta-feira (1º). O Estado tem sido castigado desde segunda-feira pela chuva.
Em Parobé, mais de 500 pessoas deixaram suas casas em bairros como XV de Junho, Paraíso, Solar e Mariana. Até as 11h cerca de cem moradores estavam alojados na escola Noemy Fay dos Santos. Muitas delas tiveram que ser encaminhadas ao local com ajuda da Defesa Civil.
Maria Aparecida Cardoso, 64 anos, deixou sua casa com os netos quando a água ainda ocupava o quintal. Ela havia se mudado recentemente depois de ter tido prejuízo em outra enchente.
— A gente morava em Igrejinha, daí viemos para cá por causa da enchente, pois perdemos tudo. Viemos para Parobé para se livrar da enchente, mas agora uma outra enchente, e de novo, tive que sair de casa com os três pequenos.
Ao longo da manhã, o nível do Paranhana baixou fazendo com que algumas famílias pudessem acessar suas casas. Segundo a Defesa Civil, se seguir nesse ritmo é possível que as primeiras famílias retornem ainda nesta quarta.
Já em Taquara, os bombeiros ainda trabalhavam para resgatar pessoas que seguiam ilhadas. Em uma localidade conhecida como Prainha, cerca de quatro pessoas foram retiradas do telhado de uma casa. Em outros pontos do município pontes foram destruídas. No bairro Santa Maria, uma das últimas pessoas a deixar a região foi a pedagoga Márcia de Oliveira, 44 anos, que se mudou este ano para Taquara e nunca havia passado por essa situação.
— Eu olhava isso em televisão, né, as pessoas no telhado, e eu não sei nem subir no telhado. Eu entrei em pânico, mas se não é o pessoal da Defesa Civil, eu não teria conseguido atravessar isso aqui, foi assustador — relembra.
Nos dois alojamentos do município havia 137 pessoas até o final da manhã. Outras 530 estavam em casas de parentes e familiares segundo a Defesa Civil.
Se nos bairros atingidos pela cheia do Rio Paranhana, como o Santa Maria, o nível dos alagamentos já está menor, em outros pontos da cidade a água segue tomando ruas. É o caso do bairro Empresa, banhado pelo Rio dos Sinos, que está em elevação. Por isso, o número de desabrigados e desalojados pode aumentar na cidade.