Eldorado do Sul, que fica na Região Metropolitana, é a cidade gaúcha mais afetada pela enchente que assolou o Estado neste mês de maio. No total, 80,8% dos domicílios do município foram atingidos pela água, com 31.964 de pessoas do local sofrendo diretamente com a tragédia climática.
Estes dados foram obtidos graças a um sistema de mapeamento de áreas atingidas lançado oficialmente pelo governo do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (30). O chamado Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP) utiliza imagens de alta resolução de satélite e tem como objetivo auxiliar no direcionamento de políticas públicas formuladas em razão das enchentes.
A iniciativa foi desenvolvida pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e consiste em um Sistema Único e Integrado do Mapeamento das Áreas Diretamente Atingidas, estando dentro do Plano Rio Grande.
Além de Eldorado do Sul, os municípios mais afetados, segundo o sistema, foram Muçum, com 66,3% dos seus domicílios atingidos, Canoas, com 44,0%, e São Leopoldo, com 40,7%. E, até o momento, o mapa identificou 262 cidades atingidas, o que representa 53% do Estado.
No total, dentro destas informações iniciais, foram 283 mil domicílios particulares atingidos, com 597 mil pessoas afetadas. Também já foram identificadas cerca de 116 mil empresas diretamente atingidas.
O sistema ainda detectou que 98 escolas estaduais e 175 municipais sofreram com a enchente neste mês de maio, assim como nove hospitais e 99 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Além disso, nos 78 municípios que decretaram estado de calamidade, é possível observar que 12% da malha viária urbana está situada dentro da área diretamente atingida.
Como o mapa é usado
Com o MUP, o governo estadual pretende identificar e quantificar os endereços, vias, domicílios, empresas, equipamentos públicos e, principalmente, a população afetada pela tragédia climática. Desta forma, a ideia é simplificar processos e acelerando a chegada de recursos oriundos, por exemplo, do programa Volta por Cima e dos valores arrecadados por meio da campanha SOS Rio Grande do Sul.
O mapeamento é realizado a partir de imagens de satélite de alta resolução, contemplando áreas atingidas por inundação, enxurrada e deslizamentos. Assim, são localizadas manchas, que marcam onde a água chegou e, a partir disso, são realizados cruzamentos com as bases e informações disponíveis, como o Censo Demográfico, o Cadastro Único (CadÚnico) e registros administrativos de órgãos do Estado, nas áreas de Assistência Social, Saúde, Educação e Segurança.
Por enquanto, o MUP possui uma plataforma para consulta dos dados apenas para uso interno do governo. Em breve, porém, o sistema deve ser disponibilizado em uma versão pública.