Na quarta-feira (8), a prefeitura deu início à construção de uma travessia provisória entre a Avenida Castelo Branco e o Túnel da Conceição, em Porto Alegre. A obra tem como objetivo desafogar a RS-118, que hoje é o principal acesso à Região Metropolitana, para caminhões e veículos de emergência.
Todo o entorno da rodoviária ficou alagado em razão da enchente que atinge a Capital desde a semana passada. A água chegou próximo dos 2m de altura no local, quase na altura das placas de trânsito.
Devido ao alagamento, há máquinas trabalhando nas duas extremidades da ligação, sem entrar na água. O trecho, com cerca de 300 metros, é construído com três camadas de sedimentos.
A primeira camada é feita com pedras rachão, oriundas da Lomba do Pinheiro, que são maiores e servem de base. Depois, é feito o preenchimento com uma camada mais fina de brita. Por fim, é aplicada uma camada de fresado de asfalto para dar condição de transitar, evitando a poeira e prevenindo danos aos pneus.
A previsão é que o trabalho seja concluído em até três dias. A passarela que atravessa a Avenida Conceição precisará ser retirada, para que os caminhões possam passar.
— Este acesso é fundamental, pois por este corredor humanitário chegarão ambulâncias, remédios, comida e suprimentos. Agradeço o esforço das secretarias envolvidas e parceiros. Juntos, vamos reerguer a nossa cidade — disse o prefeito Sebastião Melo.
O secretário de Serviços Urbanos de Porto Alegre, Assis Arrojo, acompanhou o início dos trabalhos na manhã desta quinta-feira (9). Ele explica que, quando a água baixar, o que pode levar até duas semanas, o material depositado na via será removido.
— Quando tudo normalizar, esse material será retirado e reaproveitado. Vamos levar para outras regiões, como a Restinga, para reutilizar.
Ao longo da manhã, caminhões, retroescavadeiras e um rolo compressor trabalharam na confecção da travessia. Servidores da prefeitura e da empresa BVK, responsável pela obra, acompanharam o trabalho.
O som das máquinas, dos barcos e helicópteros foram os únicos a quebrar o silêncio mortuário de uma região que habitualmente é tomada por automóveis e pedestres por todos os lados.
Nas sacadas dos hotéis da Avenida Farrapos, os moradores remanescentes saíram às varandas para observar a movimentação. Aos poucos, alguns curiosos furaram o bloqueio da EPTC para registrar vídeos do local.