Na manhã desta sexta-feira (1°), o Ministério Público (MP) deflagrou a Operação Caixa Forte no Presídio Regional de Pelotas, zona sul do Estado. O objetivo da ação é combater o ingresso de celulares e drogas na penitenciária, encaminhados principalmente por agentes penitenciários.
A investigação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em parceria com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Até o final da manhã, 50 celulares, mais de R$ 70 mil e drogas foram apreendidos.
As investigações iniciaram há três meses. Conforme o MP, houve o ingresso de telefones, drogas e, ainda, corrupção de agentes públicos na casa prisional. O esquema seria controlado por uma organização criminosa que tem base em Pelotas.
De acordo com o promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, “a Operação Caixa-forte” tem como meta inicial 26 alvos específicos entre apenados”.
Quanto aos agentes penitenciários, o MP reforça que eles estão sendo investigados, mas as identidades não serão divulgadas pois o processo corre sob sigilo. Para o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério Público, Luciano Vaccaro, a união entre criminosos e agentes públicos é preocupante, pois são eles que deveriam zelar pela correta execução da pena aplicada.
O presídio, que conta com 789 apenados, está passando pela terceira revista geral deste ano. Em maio o MP apreendeu 73 celulares, 6,7 quilos de maconha e 2,1 quilos de cocaína. Já em setembro foram localizados 20 telefones, cinco carregadores e também drogas: 2,9 quilos de cocaína e quase meio quilo de maconha.
— Com todas as coisas que aprendemos, temos indícios que os apenados da casa movimentaram milhões de reais ao longo do ano — destaca o promotor.
Conforme o Ministério Público, a investigação segue em andamento com o objetivo de desmantelar o grupo criminoso, além de identificar os agentes penitenciários envolvidos no esquema.