É em um ginásio no bairro Jardim do Trabalhador, em Encantado, no Vale do Taquari, que Helena Pereira se abriga após ser atingida pela segunda enchente em menos de três meses. Mãe de quatro crianças e grávida do quinto filho, a auxiliar de produção se vê novamente diante do medo de não ter uma casa quando o bebê nascer.
A previsão dos médicos é de que o nascimento ocorra na primeira semana de dezembro.
— Eu estou novamente dormindo no chão e num colchão que nem está totalmente limpo — lamenta.
Depois que a casa onde ela morava de aluguel foi condenada pela Defesa Civil em setembro, Helena e os filhos passaram dois meses em um abrigo. No dia 1º de novembro conseguiram um novo lar por meio do aluguel social.
— Era uma casinha de boneca, tinha uma escada, era alto. Eu tinha conseguido montar as coisas dentro, o quarto de bebê, mas não deu pra tirar tudo a tempo e perdi de novo — lamentou.
Dessa vez, a água não avançou com a mesma velocidade, mas mesmo assim Helena conta que precisou sair de casa com água pela cintura. O resultado foi uma infecção, que a levou para o atendimento médico no domingo (19).
Em todo o Vale do Taquari, são cerca de 2,8 mil pessoas desabrigadas. Somente em Encantado, 684 pessoas. Os principais pedidos de doação são por água mineral e produtos de limpeza.