Dezenas de moradores de Roca Sales estiveram na Câmara de Vereadores da cidade do Vale do Taquari para se despedir de Elma Clara de Souza. A aposentada de 99 anos morreu nove dias após ter sobrevivido a enchente do Rio Taquari. Ela ficou nove hora pendurada na estrutura de um parreiral esperando por resgate. No hospital, ela chegou a receber a reportagem da RBS TV e contou como sobreviveu.
O velório, que durou cerca de cinco horas, foi marcado por emoção e homenagens. O filho dela, Moacir Berger Souza, 75 anos, diz que a família está conformada por ter conseguido dizer adeus.
— Quem conhece ela sabe que não iria embora sem se despedir dos filhos. A vida inteira ela pensou mais nos outros. Agora vai passar o centenário no reino do céu, como gostava de dizer — lembra Souza.
O representante comercial Juarez Scottá, 61 anos, conviveu com Elma por 30 anos. Ele destaca a importância que ela tinha na comunidade.
— Ela era incrível. Adorava ajudar os outros, sempre disposta a colaborar com a comunidade. Era uma pessoa de fé, de esperança, de doação. Vai fazer bastante falta na comunidade — conta Scottá.
Após o corpo ser velado, foi levado até o Cemitério Católico de Roca Sales.
Causa da morte
Elma morreu na quinta-feira (14), em um quarto do Hospital São Camilo, em Encantado, onde estava internada. Segundo familiares, ela sofria de insuficiência renal, e teve seu quadro agravado por hipotermia.
Após ser resgatada, a aposentada foi levada a unidade de terapia intensiva (UTI), mas foi encaminhada para um quarto posteriormente.
Durante as nove horas em que esperou pelo resgate, Elma estava na companhia de uma cuidadora, que ficava com ela em sua casa.
No início da tarde desta sexta-feira (15), a Defesa Civil gaúcha contabilizou a morte de Elma como a 48ª em decorrência das enchentes no Estado, sendo a 12ª em Roca Sales. O município é o segundo com o maior número de vítimas. Muçum tem 16. Nove pessoas seguem desaparecidas.
