O governador Eduardo Leite decretou estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (6) em Lajeado, no Vale do Taquari, região mais afetada pelas enchentes que causaram, até agora, 31 mortes no Estado.
Leite falou à imprensa acompanhado do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta. Pouco antes, o grupo sobrevoou os municípios de Santa Tereza, Muçum, Encantado, Roca Sales, Arroio do Meio, Estrela e Lajeado.
— É muito impactante. É a maior tragédia natural de que se tem registro no Rio Grande do Sul — disse o governador.
— Muita destruição. Isso nos toca, nos dói muito, mas estamos firmes aqui para dar todo o suporte à população — acrescentou Leite, informando, ainda, que à tarde seguirá, por terra, para Roca Sales, onde oito mortes foram confirmadas até agora.
Eduardo Leite destacou, na coletiva, que as enchentes atingiram mais de 50 mil pessoas no Estado e que pelo menos 2 mil foram resgatadas pelas forças de segurança. Além de estar acompanhado dos ministros, que representam o governo federal, o governador gaúcho afirmou que recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que manteve contato, por mensagens, com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Waldez Góes informou que o governo deve fazer "reconhecimento sumário" dos decretos de emergência das prefeituras, agilizando a liberação de apoio federal.
— As imagens remetem, realmente, a um cenário de guerra, destruição total. Por isso requer ainda mais sinergia entre todas as esferas do poder e voluntários, para que a gente restabeleça, nos primeiros dias, com o máximo de atenção às pessoas, a esperança de que possam voltar à normalidade da vida — disse o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional.
Paulo Pimenta, que é gaúcho, compartilhou da percepção de que o evento é um dos mais destruidores já registrados no Estado:
— Não me recordo de ter visto no Rio Grande do Sul um evento climático tão grave como este.
48 alertas
Questionado sobre a atuação preventiva das autoridades, que pudesse ter evitado as mortes causadas pela chuva, Leite enfatizou que 48 alertas foram emitidos, mas reiterou que não houve, nesta geração, tragédia semelhante e que, até por isso, muitos moradores podem ter subvalorizado os avisos.
— Asseguro que o esforço que podia ser feito, foi feito — disse Leite.
O ministro Pimenta destacou que, com a água dos rios baixando, nestas regiões já mais atingidas, outras informações, em relação a prejuízos e até perdas de vidas, devem ser reveladas.
— Nós pudemos constatar algumas regiões ainda bastante alagadas. Ainda tem muita coisa para que a gente possa ter uma noção exata da dimensão do estrago. Mas nossa presença aqui, visitando locais, conversando com as pessoas, com as prefeituras, nos permite ter, junto do governo do Estado, uma visão muito mais completa do que está acontecendo — afirmou.