O governador Eduardo Leite confirmou nesta quinta-feira (14) que serão construídas moradias provisórias para pessoas que perderam suas casas na enchente que assolou o Vale do Taquari. A alternativa, que vinha sendo estudada pelo governo estadual, será aplicada como uma solução emergencial para a saída das famílias dos abrigos coletivos até que as novas residências permanentes fiquem prontas.
Leite relatou que o governo estadual está identificando, em conjunto com os municípios, áreas que possam receber essas moradias. Segundo ele, já foram recebidas ofertas de construtoras para a instalação de módulos residenciais emergenciais.
— Por mais que haja um processo sumário para contratar e encaminhar, leva alguns meses até uma residência (permanente) ser construída. Então vamos precisar de soluções emergenciais — explicou Leite, em coletiva de imprensa realizada na prefeitura de Encantado, onde está sediado o gabinete de crise do governo estadual no Vale do Taquari.
Conforme o balanço mais recente divulgado pela Defesa Civil, há 1.567 pessoas desabrigadas em decorrência do evento climático que atingiu o Estado, que necessitam de abrigos públicos. O número de desalojados, que estão em residências de amigos ou familiares, é de 20.963.
Leite concedeu entrevista antes de se encontrar com o secretário nacional da Habitação, Hailton Madureira, que está no Vale do Taquari. No final de semana passado, o governo federal havia anunciado o envio de recursos para 1,5 mil moradias, por meio do programa Minha Casa Minha Vida.
O governador, no entanto, tem dito que a definição das moradias a serem construídas depende dos perfis das famílias:
— Tem famílias que estão em vulnerabilidade social, para as quais se dirige um tipo de solução em termos de moradia. E tem aquelas que perderam a residência, mas tem renda, e aí a solução é outra. Eventualmente é um financiamento com recursos que o poder público alcança para poder reduzir os custos.
Análise estrutural
Ao lado de Leite na entrevista, o vice-governador Gabriel Souza informou que equipes de engenharia estão percorrendo os municípios para analisar as condições estruturais de residências afetadas pela enchente e, em muitos casos, interditando as edificações.
Conforme Souza, há cinco engenheiros cedidos pela Universidade do Vale do Taquari (Univates) analisando as casas em Roca Sales e outros cinco em Muçum, enviados pela Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Vale do Alto Taquari. Na sexta-feira, as equipes devem ser reforçadas por mais cinco profissionais enviados pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
Em paralelo, um engenheiro da Secretaria de Obras está avaliando a estrutura dos prédios verticais.
O governo ainda cogita contratar emergencialmente serviços terceirizados para agilizar o trabalho.
—Nossa recomendação é de que, enquanto não houver certeza de que a moradia tenha condições de receber sua família, as pessoas não retornem para casa e continuem nos albergues públicos — frisou Gabriel.
Na coletiva, Leite ainda foi questionado sobre a recuperação dos prédios públicos e informou que a estimativa é de que sejam necessários R$ 8 milhões para reconstruir delegacias da Polícia Civil e quartéis da Brigada Militar. No momento, as corporações estão funcionando em espaços improvisados nos municípios atingidos.