No aniversário de seis anos, GZH traz histórias de pessoas que foram impactadas por reportagens publicadas no jornal digital. Uma dessas reportagens teve como protagonista Deivison Martins, que ganhou notoriedade no balé clássico e hoje estuda dança contemporânea na UFRGS
Quão longe os passos de dança podem levar uma pessoa? Os de Deivison Gularte Martins, até agora, o levaram à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Há quatro anos, Deivison ganhou uma bolsa para estudar balé clássico em Nova York, quando era aluno do Ballet Vera Bublitz, em história contada em GZH na época. O sonho de conhecer os Estados Unidos foi frustrado pela pandemia, mas a reportagem abriu outras portas.
Aos 19 anos, Deivison é estudante de dança contemporânea na UFRGS, guiado pela base que o balé proporcionou. Morador do bairro Guajuviras, na periferia de Canoas, o jovem tem descoberto novas paixões na universidade. Lembra com carinho do balé e reconhece que foi fundamental em sua vida, mas hoje seu estilo favorito é o jazz, estilo que conheceu após ganhar uma bolsa em uma escola, obtida graças à repercussão da reportagem.
Após o texto de 2019, a comunidade de estudantes se mobilizou para ajudá-lo a custear o transporte para as aulas de balé e uma escola de Canoas ofereceu uma bolsa de estudos de inglês após a publicação.
— Eu acho que foi bem importante, bem importante mesmo, porque através dessa matéria eu comecei a ganhar visibilidade — relata.
Mudança no estilo
Em 2020, com a chegada da pandemia de covid-19, Deivison parou de frequentar as aulas de balé. Em razão das dificuldades para o transporte e o medo de se contaminar, decidiu que seria o momento de fazer uma pausa, mesmo que a dança nunca tenha sido deixada de lado. Os planos de dançar no exterior também precisaram ser adiados, pois a bolsa que ganhou em Nova York era para o período de junho a julho de 2020, que acabou ficando para trás devido à emergência global de saúde.
Apesar dos imprevistos, outros caminhos se abririam para Deivison. Além do talento e esforço do bailarino, a publicação também influenciou na mudança de estilo da dança.
Acredito que exista um período antes e depois da matéria, que começou a mudar meu corpo e a maneira como eu pensava a dança.
DEIVISON GULARTE MARTINS
Próximo de finalizar o curso de inglês e a sua graduação, Deivison revela manter a vontade de visitar outros países para conhecer novos ritmos, mas agora diz viver um momento de aprofundamento dos estudos e salienta estar mais "pé no chão".
— Diferentemente daquele Deivison, agora eu estou um pouquinho mais pé no chão, menos sonhador, mas tentando entender como a dança funciona, tentando estudar, me aprofundar, saber como cada movimentação acontece — explica.
*Produção: Giovanna Batista