Em meio a atendimentos a desabrigados e vistorias de estruturas com risco real de desabamento, a Defesa Civil de Três Coroas reforçou sua comunicação sobre as boas condições da Barragem das Laranjeiras, após um boato se espalhar nas redes sociais na manhã desta terça-feira (26). A estrutura construída na década de 1960, no limite do município com Canela, não está prestes a transbordar, muito menos romper-se, como dizem mensagens inverídicas que preocuparam parte da população já impactada pelas chuvas de setembro.
— Faz 12 anos que a gente acompanha de perto a barragem. Ela é pequena, não tem comporta que bloqueie o fluxo, a água não fica parada nela. Correu normalmente nesta terça — resume o coordenador da Defesa Civil de Três Coroas, Augusto Dreher.
Dreher foi até o local ao meio-dia para gravar imagens e atestar a segurança do local. O fluxo de água que vem da Serra em direção ao Vale do Paranhana é intenso, e as enchentes já são uma realidade, mas nenhuma dessas situações é agravada pela existência da barragem, explica Dreher:
— O que apavorou o povo hoje é que quem ouve falar em “barragem” já imagina Brumadinho ou Mariana, que são totalmente diferentes. A Laranjeiras tem um “ralo” que fica aberto há quatro anos e funciona como uma espécie de lago no meio do rio, que diminui a velocidade da água. Isso nos ajuda a ter mais tempo para trabalhar na cidade antes da enchente chegar.
Para fim de comparações, Dreher lembra que, no ciclone extra-tropical de junho, quando cerca de 400 milímetros de chuva caíram sobre a região, houve transbordo por cima do paredão da barragem por apenas uma hora e meia, pois o restante da água escoou normalmente pela abertura inferior.
A normalidade é ainda maior neste momento, argumenta o servidor, tendo em vista que o nível de água na parte mais alta não alcança nem a metade do paredão. Mesmo que a estrutura de concreto se rompesse, fato que não tem risco comprovado pelas vistorias recentes, ainda não haveria diferença significativa em relação às atuais enchentes.
— Monitoramos a barragem muito de perto e queremos manter o povo bem informado — garante o coordenador.