A biblioteca do Colégio Scalabriniano São José, na área central de Roca Sales, no Vale do Taquari, teve 15 mil livros destruídos pelo lamaçal. Na sexta-feira (15), GZH publicou reportagem sobre a situação da instituição de ensino. O que tinha tudo para ser mais uma história triste da enchente começa a ganhar outro significado, motivado pela força da solidariedade.
A Associação dos Funcionários do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) entrou em contato com a escola e decidiu doar um acervo com cerca de 3 mil exemplares, além de prateleiras.
— Temos uma biblioteca que os funcionários usavam e agora, com o avanço da tecnologia, está em desuso. Ligamos para o colégio e vamos ver como proceder com a logística — explica o presidente da associação, Antônio Roberto Arena.
Nesta segunda-feira (18), a reportagem apurou que serão doadas obras nacionais e internacionais. Os gêneros também são variados, indo da autoajuda à ficção. A biblioteca da associação fica localizada no prédio do BRDE, na Rua Uruguai, 155, no Centro Histórico, em Porto Alegre.
— Soubemos do acontecido com a escola e nos comovemos. Trata-se de uma pequena contribuição, mas ficamos de consciência tranquila por ajudar quem necessita — acrescenta o presidente.
A diretora do Colégio Scalabriniano São José, Rosane Inês Volken, afirma que está agradecida com a ajuda inesperada.
— É um alento ver que as pessoas estão no dando um abraço — diz ela, lembrando que a escola não é pública, mas atua de forma filantrópica.
A instituição de ensino existe desde 1931 e atende atualmente 540 alunos. Na semana passada, quando a reportagem de GZH fazia matéria no local, a sala da biblioteca estava sendo limpa. Não havia sobrado um único exemplar depois do transbordamento do rio. A diretora foi retratada em meio ao espaço vazio.
— Ainda não temos como abrigar os livros, mas vamos combinar para ver quando receberemos o material — detalha ela.
O prédio do colégio conta com quatro pavimentos, sendo que o térreo e o piso inferior ficaram cheios de água. As marcas nas paredes indicam que a água chegou a três metros. Foram necessárias cem caçambas de caminhões para recolher o lixo e a lama.