A Defesa Civil do Rio Grande do Sul projeta, no fim da manhã desta quinta-feira (13), que parte do Estado será atingida por inundações, por conta da passagem do ciclone extratropical. A projeção foi feita pelo chefe da Defesa Civil, coronel Luciano Boeira.
— Será o próximo passo deste evento (ciclone): inevitavelmente teremos, sim, inundações em algumas regiões do nosso Estado — destacou Boeira.
As áreas que mais preocupam são os Vales do Sinos, do Taquari, do Caí, do Paranhana e a região do Alto Uruguai. As demais regiões também estão sob alerta.
— Ontem (quarta-feira) tivemos uma situação atípica: há muito tempo não tínhamos todo o Estado sob alerta de risco hidrológico. Hoje todo o Estado está sob alerta — afirmou Boeira.
Pela terceira vez em menos de um mês, o Rio Grande do Sul foi castigado por um ciclone extratropical. Desta vez, a passagem do fenômeno climático provocou ventos acima de 100 km/h, bloqueou rodovias e deixou milhares de pessoas sem energia elétrica. Ao menos uma morte foi confirmada no município de Rio Grande, na Metade Sul — uma das áreas mais atingidas pelo mau tempo. A Defesa Civil gaúcha mantém um alerta para rajadas de vento e risco de transtornos válido até as 18h desta quinta-feira (13).
Em todo o Estado, 790 mil pontos estavam sem luz no final manhã, pelo menos 10 rodovias haviam sido interrompidas total ou parcialmente, e dezenas de pessoas tiveram de deixar suas casas em municípios como Rio Grande, onde as rajadas chegaram a 140 km/h e havia 17 pessoas desabrigadas, e São Sebastião do Caí - onde o risco de inundação já havia forçado a retirada de pelo menos 40 famílias.
Em relação à falta de luz, a zona atendida pela CEEE Equatorial registrou os maiores transtornos, com 715 mil clientes atingidos. A Região Sul concentrou a maior parte das quedas de energia, com 165 mil consumidores afetados. Em seguida vêm o Litoral Norte, com 157 mil pontos, e a Região Metropolitana, com 140 mil, entre outras partes do Estado. Na zona de atuação da RGE, o número de problemas registrado estava em 75 mil.
A falta de energia prejudicou também os sistemas de distribuição de água. Na área atendida pela Corsan, o abastecimento foi comprometido em pelo menos 17 cidades, incluindo Canoas, Viamão e Sapiranga. Na Capital, o Dmae relatou problemas em alguns bairros.