A auxiliar de saúde bucal Edna Coelho dos Santos visitou, na manhã desta segunda-feira (19), o posto onde trabalha, em Caraá, no Litoral Norte. Ela encontrou equipamentos e estrutura destruídos pela força da lama que atingiu o município.
— É muito triste a gente chegar aqui e perder todo o nosso equipamento de trabalho. Mas graças a Deus estamos vivos e vamos nos recuperar — afirma a auxiliar.
À reportagem, ela contou sua própria história de sobrevivência após a passagem do ciclone extratropical.
— Na hora da chuva eu estava com os meus pais, dentro de casa, com água pela cintura. Botei eles em cima da mesa para poder salvar a vida deles. Não foi fácil. Foi um momento de muito terror. A água não parava de subir e eu não tinha mais onde colocar eles. Eu comecei a rezar, rezar...graças a Deus deu uma trégua, meu marido conseguiu chegar lá para nos pegar e levar para a nossa casa, onde não entrou água. Levamos eles para lá. Foi a nossa sorte.
A Unidade Básica de Saúde Rio dos Sinos, onde Edna trabalha, foi totalmente arrasada pela lama.
Três mortos e duas pessoas desaparecidas
As buscas aos desaparecidos em um dos municípios mais atingidos pela passagem do ciclone extratropical no Estado foram retomadas nesta segunda-feira (19). O tempo seco, apesar do frio, deve auxiliar as equipes a acessaram locais que ainda não foram vasculhados.
O município tem três mortes confirmadas -uma senhora de 73 anos foi soterrada por um deslizamento de terra e um senhor de 76 e o neto de 14 anos foram arrastados pela força das águas. Pelo menos mais duas pessoas estão desaparecidas e há informações desencontradas sobre uma terceira vítima, segundo os bombeiros. Conforme os números divulgados pela Defesa Civil do Estado, a passagem do ciclone provocou a morte de 13 pessoas.