Ao menos 44 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência em razão da passagem do ciclone extratropical, que atingiu o Estado na última quinta-feira (15). A informação foi divulgada pelo prefeito de Campo Bom e presidente da Federação das Associações Municipais do Rio Grande do Sul (Famurs), Luciano Orsi.
Em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha, na noite desta quarta-feira (21), Orsi afirmou que dezenas de prefeituras seguem mobilizadas na busca por recursos para amenizar os danos sofridos com o temporal.
— Há municípios que estão bem adiantados (na formulação dos decretos), há alguns inclusive que a própria Defesa Civil Nacional está ajudando a preencher os formulários de desastre e planos de ação — relata.
A lista de municípios com o decreto já publicado não foi divulgada. Segundo a Famurs, dois deles já tiveram a situação homologada pelo Estado reconhecida pela União: Caraá e Maquiné, ambas no Litoral Norte. As duas concentram metade das 16 mortes registradas em decorrência das chuvas.
A medida tem como objetivo facilitar o envio de recursos, por parte dos governos estadual e federal, para colocar em prática ações de combate a desastres naturais. Cidades com a situação reconhecida têm direito também a contratar serviços emergenciais sem a necessidade de licitação.
Estimativa de prejuízo
Também nesta quarta, o governo do Estado divulgou que estima em R$ 91,6 milhões o valor necessário de apoio da União para cobrir os principais estragos provocados pelo ciclone. O cálculo foi apresentado pelo governador Eduardo Leite ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), em Brasília, mas considera um balanço inicial, que poderia aumentar.
O balanço feito pela Famurs a partir de informações dos municípios, entretanto, projeta que as perdas causadas pelo ciclone atinjam cerca de R$ 400 milhões. Na Rádio Gaúcha, o presidente Luciano Orsi explicou que o dado preliminar inclui diversos níveis de prejuízos, e que ainda será confirmado.
— São dados que levam em conta até a perda de produção agrícola, que foi muito grande, também por conta da enxurrada. E os valores que a gente tem, claro que são valores informados, que não necessariamente vão ser os valores ressarcidos, alcançados aos municípios. Mas nós estamos com valores na ordem de R$ 400 milhões, segundo o que a gente tem até agora de informação dos municípios.