Quem circula por Esteio, na Região Metropolitana, neste início de semana passa por montes de móveis e objetos pessoais destruídos pelas enchentes, após a passagem do ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul na semana passada. As pilhas, deixadas em frente às residências, aguardam recolhimento por parte da prefeitura.
A retirada dos entulhos e a limpeza das residências é a primeira etapa para quem está tentando voltar para casa. Sildo Gilmar de Carvalho, 50 anos, e sua família já voltaram para onde moram, no bairro São José — o mais atingido na cidade. Ele contou com a ajuda de vizinhos para limpar a residência, e retribuiu o apoio em outras moradias.
— O negócio é tirar tudo. Só os roupeiros ficaram lá, porque senão as roupas vão ficar no chão. É só conseguir outro, que vai fora também — diz Carvalho. — Eu sou daqueles que pensam: vão os aneis e ficam os dedos. Estamos bem de saúde. Com saúde, vamos à luta, com ajuda de alguns — conclui.
Conforme Carvalho, a água subiu moderadamente na madrugada de sexta-feira (16), o momento de chuva mais intensa. Contudo, na tarde seguinte, quando a chuva já era fraca, as águas chegaram com mais velocidade e pressão, derrubando o muro da residência.
Nesta segunda-feira (19), a prefeitura contabilizou ainda 5,7 mil pessoas desalojadas, ou seja, hospedadas em casas de parentes e amigos. Outras 118 pessoas, segundo a prefeitura, estão desabrigadas — em abrigos municipais.
É o caso de María Zamora Lopes, 23 anos, venezuelana que veio com a família para o Brasil em 2018, para recomeçar a vida.
— Começar de novo, mais outra vez. Minha força é minha filha de três anos, que precisa muito de mim — diz María.
O ginásio municipal de Esteio está sendo usado para receber e distribuir doações às pessoas impactadas. A prefeitura pede especialmente doações de produtos de limpeza, materiais de higiene, cobertores e colchões.