A manhã desta sexta-feira (27) é de recuperação e limpeza em Taquara, no Vale do Paranhana. A cidade registrou estragos causados pelo vento de mais de 80 km/h e pela chuva forte no começo da noite de quinta. Segundo a prefeitura, pelo menos 30 pessoas ficaram desalojadas e foram para a casa de parentes em razão dos destelhamentos.
Na região das ruas Júlio de Castilhos e Marechal Floriano, moradores e proprietários de estabelecimentos comerciais ainda estavam sem luz nesta manhã. Placas e fachadas foram deslocadas e ainda há barro e restos de vegetação em algumas vias.
Em uma loja de materiais de construção visitada pela reportagem, o estoque de lonas e telhas já estava perto do final. Trabalhando no escuro e tendo que consertar o telhado da própria loja, funcionários estavam mobilizados para atender os moradores.
— Desde a madrugada a prefeitura nos pediu para liberar lonas para os bairros mais necessitados. Com certeza, uns 3 mil metros de lona e umas 500 telhas do nosso estoque já foram e até o final da manhã não vai ter — estima Marcos Fernandes Dias, gerente da loja FH Comassetto.
A gestão municipal informa que já tinha uma ação emergencial preparada, com equipes prontas para atuar na desobstrução de vias públicas e atendimento às famílias atingidas logo após a ventania. Os trabalhos ocorreram até a meia-noite de quinta e foram retomados por volta das 7h desta sexta-feira. A Defesa Civil registrou precipitação de 36,32 milímetros e rajadas de vento de quase 83 km/h em Taquara.
Susto em academia
Na região central de Taquara, alunos da academia Energia Vital levaram um susto por volta das 18h30min, horário de pico no movimento. A ventania quebrou o vidro da fachada e estragou parte do forro.
— Deu uma bufada muito forte de vento. A gente não acredita da onde e como é que veio, mas realmente causou o estrago. Aqui na academia tinha muitos alunos, que já tinham chegado antes da chuva, né? Aí teve um (aluno) nosso ferido, mas a gente já levou ele na hora mesmo para o (pronto atendimento) 24 horas. Ali ele foi atendido, medicado e já no mesmo dia foi para casa — relata o proprietário do estabelecimento, Guilherme Wilhelms.
Apesar de os estragos ainda estarem sendo contabilizados, a prefeitura confirma pelo menos 58 destelhamentos em residências, além de danos a prédios públicos e comerciais. Desde a noite de quinta-feira, bombeiros e funcionários da Secretaria de Obras atenderam ainda um incêndio a veículo, oito remoções ou sinalização de fios elétricos caídos e três salvamentos de pessoas em residências.
No bairro Recreio, a aposentada Albertina Teresinha Dias, 75 anos, mostrava as telhas que caíram e ficaram no pátio interno da casa dela. No imóvel ao lado, também de propriedade dela, mas alugado para outra pessoa, lonas eram instaladas em pontos danificados do telhado.
— Entrou água até aquela porta. Agora que vou chamar o seguro. O quarto todo molhou — comenta a idosa.
A prefeitura informa que foi acionada para remoção de cerca de 50 árvores que caíram no município. No Parque do Trabalhador, mais de três caçambas de caminhões saíram lotadas de restos de vegetação que foram recolhidos. Além disso, postes de luz caíram e uma academia que funciona dentro do parque foi alagada, tendo as atividades canceladas.
— O grande estrago aqui foi a questão das árvores. Algumas totalmente destruídas, árvores centenárias. Tem árvores dentro do lago, que não sei como foram parar lá — diz Joel Lopes Dutra, diretor de esportes do município é responsável pelo parque.
Com equipes focadas na resposta aos estragos, não há atendimento nos setores administrativos da prefeitura, na Secretaria de Educação, no setor de Regulação de Exames e na sala de vacinação do Posto Piazito. Uma reunião com autoridades locais discutiu nessa manhã os próximos passos.