O Rio Grande do Sul registrou 13 mortes por afogamento nos primeiros nove dias de 2023. A média é de 1,4 óbito por dia. Se analisado desde 17 de dezembro, quando a Operação RS Verão Total começou, são 26 óbitos em 24 dias — índice de 1,08. Os números são do Corpo de Bombeiros.
O chefe de operações da corporação, tenente-coronel Isandré Antunes, afirmou que todos os casos foram registrados fora dos pontos de cobertura dos guarda-vidas. Além disso, outra característica dificulta o trabalho do Corpo de Bombeiros: os afogamentos aconteceram em áreas remotas, ou seja, de difícil acesso.
Os números fazem com o que Antunes chame a atenção dos banhistas para uma maior conscientização na hora de aproveitar o calor.
— Não era possíveis ações de prevenção por parte do Corpo de Bombeiros. Isto é, o banhista estava à própria sorte. Nós lamentamos essas mortes, mas as pessoas precisam entender que, quando não estão em uma área monitorada, a chance de acontecer alguma coisa que leve ao afogamento é muito alta — lembra o tenente-coronel, que também é responsável pelo serviço de guarda-vidas na Operação Verão.
Ainda conforme as informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas, na maioria, têm idades entre seis e 15 anos e 40 e 60 anos. A busca por locais adequados para banho deve se somar à prudência na hora de entrar na água.
— Geralmente, as pessoas usam propriedades privadas, que não têm a presença de guarda-vidas. São cascatas, cachoeiras, corredeiras, córregos. Ao entrar em um córrego, por exemplo, é aconselhável que o cidadão entre com a água até a cintura e não se banhe, muito menos se jogue de cabeça como muitos fazem — afirma Antunes.
Atenção aos cuidados pode evitar mais mortes
Além de recomendar que as pessoas busquem as áreas delimitadas para banho com a presença dos guarda-vidas — são 272 pontos espalhados no Estado, que podem ser conferidos aqui, com 964 guarda-vidas em atuação —, o chefe de operações do Corpo de Bombeiros reforça outras dicas de prevenção.
Quanto às crianças, o contato visual deve ser permanente, assim como a companhia de um adulto responsável em qualquer ambiente aquático. A outra recomendação é não ingerir bebidas alcoólica antes de entrar na água. Geralmente, conforme o tenente-coronel Antunes, o álcool é um fator que aumenta a imprudência dos banhistas. Quem está fora da água e se depara com a necessidade de salvar alguém de afogamento, ao estar embriagado, também tem mais chances de se tornar uma vítima, já que os reflexos são afetados. Por fim, a terceira dica a ser seguida é com relação ao uso de objetos infláveis.
— Somado ao uso de bebidas alcoólicas, as pessoas colocam a sua confiança em um flutuar inflável, como uma boia feita de câmara de pneu de carro, colchão inflável, objetos não recomendados para esse tipo de ambiente. Eles transferem toda a sua garantia de vida para um objeto desse que fura, que murcha, e a pessoa vai estar mais distante da margem, em uma área mais profunda. Quando a pessoa perceber, estará diante de uma emergência bem mais complexa — alerta o tenente-coronel.
Dicas para prevenir afogamentos
No mar
- Se for pego em uma corrente de retorno, nade paralelamente para o lado até escapar dela
- Caso encontre alguma criança perdida, leve-a ao porto de guarda-vidas mais próximo
- Caso sinta-se em perigo, mantenha a calma, tente boiar, faça sinais e grite por socorro
- Respeite a sinalização das bandeiras nas guaritas, sinais sonoros do apito e as instruções do guarda-vidas
- Pergunte sempre ao guarda-vidas sobre os locais apropriados para banho
- Se você perceber alguém com dificuldades na água, mantenha a calma e chame imediatamente um guarda-vidas
- Se sofrer queimadura por água-viva, lave o local com água do mar, utilize vinagre para desativar o veneno e não urine sobre a queimadura
- Cuidado com os excessos de comida e bebida, principalmente de bebidas alcoólicas. Jamais caia na água com o estômago cheio!
Na piscina
- Evite correr na beira da piscina e, sempre que possível, utilize as escadas para entrar e sair
- Nade somente na profundidade em que você se sinta confortável e seguro
- No caso de crianças, use sempre flutuadores, com cuidado
*Fonte: Corpo de Bombeiros do RS