A falta de chuva no Rio Grande do Sul fez o número de municípios com decreto de emergência passar de oito para 21 em um intervalo de cinco dias.
As últimas cidades que apresentaram a documentação à Defesa Civil do RS foram Maçambará e Rolador, na Fronteira Oeste, São Martinho da Serra, Santa Maria e Toropi, na Região Central. Além dos 21 municípios, outros três só informaram que decretaram a situação de emergência, mas ainda não registraram os dados no sistema do órgão.
As cidades mais afetadas pela estiagem estão localizadas na Região Central, com sete municípios, e o Norte do Rio Grande do Sul, com cinco.
Em São Martinho da Serra, a prefeitura decidiu pelo decreto após observar, em um intervalo de 15 dias, o aumento do número de localidades da área rural com o registro de falta de água potável. A estimativa do executivo é de que cerca de 500 pessoas estejam nesta situação.
Este é o terceiro ano consecutivo que o município enfrenta problemas por conta da estiagem. Em 2021, cinco poços artesianos foram perfurados - sendo dois na área urbana - e para 2023 a expectativa é que mais dois sejam abertos.
No entanto, o prefeito de São Martinho da Serra, Robson Flores da Trindade, não descarta a possibilidade de que ocorra um racionamento de água.
— Mesmo com aumento dos poços, já estamos com dificuldades de manter a distribuição de água para uma parte do município localizada mais ao sul. O consumo é muito alto nesta época do ano. Então, corremos o risco de diminuir bastante o uso da água — afirmou.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, a tendência para os próximos dias é de que o RS tenha mais áreas de instabilidade se formando, chovendo na maior parte das regiões. No entanto, os acumulados mais significativos irão ficar restritos à faixa Norte, próximo à divisa com Santa Catarina.
O órgão alerta ainda para a previsão de retorno do calor, principalmente na região Oeste, e existe a possibilidade do agravamento da situação de estiagem nos próximos dias em outras áreas mais distantes do norte gaúcho.
Dos 19 municípios com o decreto, somente Tupanciretã teve o decreto homologado pelo governo do Estado e reconhecido pela União. Assim, o município fica apto a solicitar recursos para o restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de equipamentos de infraestrutura.