A Polícia Federal prendeu na noite dessa quinta-feira (7) o ohomem apontado como possível mandante do assassinato de Bruno Pereira e de Dom Phillips na Amazônia. Rubens Villar, conhecido como Colômbia seria natural do Peru. Os crimes ocorreram no mês passado, no Vale do Javari. Segundo informações do blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, Rubens foi detido por uso de documentos falsos em Tabatinga. A informação sobre a prisão foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo Estadão.
Pereira e Phillips percorriam a região do Vale do Javari. Pereira orientava moradores da região a denunciar irregularidades cometidas em reserva indígena e o jornalista estrangeiro acompanhava o trabalho para registrar em livro que pretendia escrever.
Eles foram vistos pela última vez na manhã do dia 5, na comunidade de São Gabriel, não muito longe de seu destino, a cidade de Atalaia do Norte. Testemunhas disseram que viram o pescador Amarildo Oliveira, de 41 anos, passar de lancha em alta velocidade na mesma direção que Phillips e Pereira, pouco antes do desaparecimento.
No dia 15 de junho, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, e Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, confessaram o crime. O primeiro a ser detido foi Amarildo, em 8 de junho, três dias após o desaparecimento. O segundo suspeito de participação nos desaparecimentos, Oseney, foi capturado 14 de junho. Amarildo, juntamente com outras pessoas, teria assassinado, esquartejado, queimado e enterrado os dois.
Dias antes, a Polícia Federal havia informado que tinha encontrado um cartão de saúde, uma calça, um chinelo e um par de botas pertencentes ao indigenista em uma mochila encontrada durante a tarde. No local, também estavam um par de botas e uma mochila com roupas de Dom Phillips.
Em entrevista à Rádio Gaúcha no dia 21 de junho, o superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Eduardo Fontes, forneceu detalhes sobre a morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.
— O jornalista, ao que tudo indica, estava no lugar errado, na hora errada, com a pessoa errada. A questão era o Bruno, que era o grande problema deles ali, que dificultava na questão da pesca ilegal — avaliou o superintendente.
Segundo a polícia, a prática de pesca ilegal é recorrente naquela região, e Bruno, que estava licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), fiscalizava a atividade de forma intensa. Ele já havia sido ameaçado por Pelado em outras abordagens de fiscalização. A investigação também indicou que o indigenista estava armado no momento do crime e chegou a disparar, após ser atingido por uma bala.
— Foi uma morte brutal. Eles acabaram agindo com requintes de crueldade — afirmou o superintendente.