Vinte dias após o incêndio que matou 11 pessoas no Centro de Tratamento e Apoio a Dependentes Químicos de Carazinho (Cetrat), no norte do Estado, dois dos nove corpos que foram encaminhados para o Instituto Geral de Perícias (IGP) ainda não tiveram análise iniciada, pois nenhum familiar compareceu para ceder material genético.
Para fazer o comparativo, os peritos necessitam, prioritariamente, que parentes biológicos de primeiro grau - como pais e/ou filhos - compareçam ao Posto Médico-Legal ou à Divisão de Genética Forense, em Porto Alegre, para coleta de material biológico. Caso haja algum pertence ou objeto de uso exclusivo da pessoa (tal como escova de dentes, aparelho de barbear, boné, roupa íntima, brincos, óculos, batom), estes também podem ser levados para complementar a análise.
Assim que receber as amostras de material genético, elas serão brevemente processadas, afirma o IGP, já que identificações humanas são tratadas como prioridade pelo Departamento de Perícias Laboratoriais e não há fila de espera.
Ainda segundo o órgão, todas as as amostras coletadas no local do incêndio foram processadas. Três corpos já foram identificados e podem ser retirados pelos familiares. Outras quatro famílias forneceram exclusivamente material biológico de irmãs das vítimas, o que, conforme o IGP, aumenta o tempo de processamento genético e muitas vezes requer doação de saliva ou sangue de mais familiares para uma identificação conclusiva.