Concebido para transformar espaços públicos históricos em locais de estímulo à economia criativa, o programa Iconicidades anunciou os autores dos projetos que serão desenvolvidos em Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, Cachoeirinha e São Leopoldo (veja quadro abaixo). Os vencedores do concurso de arquitetura foram revelados nessa segunda-feira (25) pelo governo do Estado e deverão ser chamados para assinar contrato até o final de agosto.
Essa é a segunda etapa do Iconicidades, uma iniciativa da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão lançada em setembro do ano passado. Na ocasião, o governo escolheu os cinco municípios contemplados. A ideia é revitalizar prédios históricos, aliando cultura, tradição e empreendedorismo no novo uso dos imóveis.
— O conceito, desde o início, é identificar locais nos municípios que possam criar potencial de desenvolvimento, juntar as pessoas, criar e colaborar. Buscamos esse sentido, de tornar as cidades mais inovadoras, criativas e empreendedoras — resumiu o secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Cláudio Gastal.
Os critérios do concurso foram estipulados pelo Estado, em parceria com as prefeituras e o departamento gaúcho do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RS). Já a escolha das propostas vencedoras ficou a cargo de comissões julgadoras formadas por arquitetos independentes. Em Santa Maria e São Leopoldo, como se tratam de bens tombados pelo Estado, foram incluídos especialistas indicados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (Iphae).
No total, foram 87 inscrições, com 60 projetos entregues. A antiga sede do Banco do Brasil, em Pelotas, o complexo Casa da Feitoria/Museu do Imigrante, em São Leopoldo, e o Clube dos Ferroviários, em Santa Maria, foram os mais disputados, com 14 propostas cada.
— Ali estarão presentes a economia criativa, novas possibilidade de uso que darão perenidade a essa ação, diferentemente do que temos acompanhado muitas vezes na simples recuperação de um prédio histórico — afirmou a secretária estadual de Cultura, Beatriz Araújo.
O concurso distribui R$ 225 mil em premiação — os três primeiros colocados em cada cidade recebem R$ 20 mil, R$ 15 mil e R$ 10 mil, respectivamente. O autor do projeto campeão também será contratado para realizar os projetos executivo e complementares, em valores que variam de R$ 749 mil a R$ 580 mil. No total, o Estado irá desembolsar os R$ 3,2 milhões orçados para o desenvolvimento dos projetos.
Às prefeituras, caberá o pagamento da obra e a gestão dos empreendimentos. Como incentivo, o governo do Estado disponibiliza linhas de financiamento pré-aprovadas no valor de até R$ 5 milhões junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), valor máximo estipulado para o custo de cada obra.
Os vencedores
Pelotas
- Vencedor: Ricardo Felipe Gonçalves (SP)
- Proposta: transformar a antiga sede do Banco do Brasil em uma escola de gastronomia do Senac, sem abdicar do fomento ao turismo e à preservação do patrimônio histórico.
- Valor do contrato: R$ 749.199,54
Rio Grande
- Vencedor: João Gabriel de Moura Rosa Cordeiro (PR)
- Proposta: montar um complexo turístico nos Molhes da Barra, fomentando ecossistema criativo que envolva preservação ambiental e estímulo à economia das comunidades locais.
- Valor do contrato: R$ 690.752,61
Santa Maria
- Vencedor: Augusto Longarine (SP)
- Proposta: transformar o Clube dos Ferroviários, um prédio de dois andares em estilo art déco, numa incubadora voltada ao empreendedorismo criativo e coworking.
- Valor do contrato: R$ 639.743,88
Cachoeirinha
- Vencedor: Rodrigo Troyano Prates (RS)
- Proposta: revitalizar o entorno do Complexo Cultural Casa de Cultura, aliando rua coberta e apraça de Ecoturismo num ecossistema voltado à cultura, arte, educação e gastronomia.
- Valor do contrato: R$ 580.389,00
São Leopoldo
- Vencedor: Patrícia de Freitas Nerbas (RS)
- Proposta: revitalizar a Casa da Feitoria/Museu do Imigrante, preparando o espaço para as comemorações dos 200 anos da imigração alemã, em 2024.
- Valor do contrato: R$ 607.321,14