A Polícia Federal (PF) no Amazonas informou nessa sexta-feira (10) que equipes de busca que tentam localizar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips — desaparecidos na Amazônia desde domingo (5) — encontraram no Rio Itaquaí "material orgânico aparentemente humano". A substância foi localizada próximo ao porto de Atalaia do Norte e encaminhada para perícia no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.
O mesmo instituto vai periciar também as amostras de sangue encontradas na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, cuja prisão temporária foi decretada pela Justiça Estadual na quinta-feira (9).
Conforme os investigadores, materiais genéticos de referência do jornalista britânico Dom Phillips, em Salvador, e do indigenista Bruno Pereira, em Recife foram coletados nessa sexta. "Os materiais coletados serão utilizados na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação", indicou a PF em nota.
Desde quinta, quando as autoridades informaram a última atualização do comitê de crise instaurado na intitulada Operação Javari, as buscas seguiram por água e com reconhecimento aéreo na região do Rio Itaquaí, último local onde Bruno Pereira e Dom Phillips foram vistos.
Horas antes das novas informações serem divulgadas pela PF, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo adote imediatamente "todas as providências necessárias", usando "todos os meios e forças cabíveis", para localizar o indigenista e o jornalista.
O despacho ordena ainda que sejam identificados e punidos os responsáveis pelo desaparecimento e cobra, do governo, em até cinco dias, a apresentação de um relatório com todas as providências adotadas e informações obtidas no caso. Foi fixada multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
"Sem uma atuação efetiva e determinada do Estado brasileiro, a Amazônia vai cair, progressivamente, em situação de anomia, de terra sem lei. É preciso reordenar as prioridades do país nessa matéria", registrou o ministro no documento.