O centro de reabilitação para dependentes químicos que foi atingido por um incêndio na madrugada desta sexta-feira (24), em Carazinho, no Norte do RS, era uma instituição privada e estava com o alvará em dia junto à prefeitura. As informações foram dadas pelo prefeito Milton Schmitz, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Onze pessoas morreram e outras duas ficaram feridas, uma delas em estado considerado grave.
Schmitz não soube confirmar a situação do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) do local e destacou que esta avaliação cabe ao Corpo de Bombeiros. O comandante regional dos bombeiros em Passo Fundo, Ricardo Mattei, afirmou ao Estadão que o PPCI do empreendimento estava em dia, com validade até 2026.
— Da parte da prefeitura, os alvarás, licenças, de certa forma, estavam todos em dia, o ambiente em pleno funcionamento — disse o chefe do Executivo de Carazinho.
O prefeito de Carazinho também informou que o imóvel em que o Centro de Tratamento e Apoio a Dependentes Químicos de Carazinho (Cetrat) funcionava não era do município.
— Não é uma casa controlada pela prefeitura. É um projeto da iniciativa privada — argumentou.
Milton Schmitz disse que o incêndio começou por volta das 23h e que antes da meia-noite ele já estava no local, acompanhando o trabalho dos bombeiros. Mesmo com a ação rápida, não foi possível evitar a tragédia. A construção em que o centro funcionava era mista, mas a parte onde o fogo começou era feita em madeira.
— Carazinho está de luto em função deste episódio. Uma fatalidade num ambiente que recuperou, ao longo dos últimos mais de 15 anos, milhares de pessoas passa por um momento difícil destes — lamentou o prefeito, que decretou luto oficial de três dias no município.
Apoio às famílias
O chefe do Executivo de Carazinho, Milton Schmitz, também informou que foi montado um espaço de apoio aos familiares das vítimas, em um centro comunitário do bairro Vila Rica.
— Instalamos via Secretária de Saúde, via Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, um QG, onde tem psicólogo, assistente social, que estão prestando apoio aos familiares, que estão chegando.
— Carazinho estará fazendo todo o possível, no traslado, o que precisar, Carazinho estará à disposição para dar todo o apoio — acrescentou o prefeito.
Questionado sobre especulações de que os internos estariam trancados dentro da casa quando o incêndio começou, Schmitz destacou que a investigação da polícia, com perícia do local, é que poderá apurar estas circunstâncias.
— Eu sei que tinha pessoas que saíam e entravam. É uma informação que obtive durante a madrugada, quando estive no local. As pessoas se deslocavam de lá. Inclusive, uma das pessoas que sobreviveu tinha saído de lá num horário anterior ao sinistro. Então, há alguma informação neste sentido, mas ainda muito preliminar.