A Polícia Federal vai instalar, até o final de maio, uma base na terra indígena Ianomâmi, em Roraima. A estrutura vai ser mantida no local por ao menos seis meses e vai servir como ponto de apoio para a intensificação na fiscalização contra o garimpo ilegal na região.
A decisão da corporação ocorre em meio a denúncias de violência contra indígenas no território. As terras estão sendo invadidas por garimpeiros. No dia 25 de abril, lideranças indígenas locais denunciaram que integrantes do garimpo ilegal teriam sequestrado, estuprado e assassinado uma jovem de 12 anos. A investigação sobre o caso segue em andamento.
Segundo a Folha de S. Paulo, os detalhes sobre o tamanho do efetivo e como a instalação da base da PF vai ocorrer ainda estão sendo definidos. Integrantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério da Defesa participam das conversas.
A Câmara dos Deputados também aprovou uma diligência para se juntar ao Senado em uma viagem a Roraima com o objetivo de conversar com lideranças indígenas, autoridades locais e forças de segurança. A viagem está programada para os próximos dias 11 e 12, mas a agenda e os participantes ainda não estão definidos.
A Polícia Federal afirmou que o desaparecimento de indígenas na terra Ianomâmi não tem relação com a agressão de garimpeiros. Agentes que estiveram com pessoas da comunidade pouco antes de os indígenas deixarem o local afirmaram que a saída teria ocorrido de forma voluntária.