A prefeitura de Quaraí, na Fronteira Oeste, decretou situação de emergência no final da tarde desta quinta-feira (28). O documento será publicado no Diário Oficial do Município desta sexta-feira (29). Com isso, o Executivo estima facilitar processos de reparação de danos através de contratações emergenciais e liberar para a população atingida pela enchente acesso ao FGTS. A confirmação foi feita pelo vice-prefeito do município, Cláudio Farias Murillo Júnior, em entrevista ao Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha.
O município tem 909 pessoas fora de suas residências, o que representa quase 230 famílias. Uma centena de pessoas ainda está abrigada em espaços disponibilizados pela prefeitura. Conforme a coordenação da Defesa Civil regional, o nível do Rio Quaraí está baixando. Às 17h dessa quinta estava em 10,5 metros.
O vice-prefeito ressalta que o volume de água subiu muito rapidamente, com registro de mais de 300 mm de precipitação desde a noite de segunda-feira (25).
— São poucas as casas em zona ribeirinha, quase dentro do rio. Pelo volume de água que o rio traz, acaba atingindo as residências com muita violência — disse o vice-prefeito.
Cerca de R$ 2,1 milhões foram registrados em danos relacionados a máquinas e estradas. A prefeitura ainda vai calcular outros prejuízos e gastos com materiais, alimentos e horas-extras de funcionários que estão trabalhando no auxílio à população.
— O maior prejuízo é para os cidadãos mesmo, que perderam seus móveis, além disso há o problema da falta de energia elétrica que é uma questão adicional.
Outros municípios da região
Alegrete, também na Fronteira Oeste, sofre com a cheia do Ibirapuitã. Desde terça-feira (26), o nível do rio tem aumentado constantemente e chegou a atingir a marca de 11m50cm - três metros a mais do que o necessário para alagar as primeiras as casas. A Defesa Civil informa que há 70 pessoas desabrigadas e outras 320 desalojadas. Parte dos atingidos estão abrigados no Ginásio Municipal Oswaldo Aranha e outras em residências de familiares.
Um novo temporal registrado na noite de quarta-feira causou ainda quedas de árvores e danos em edificações. No início desta noite, o rio estava em 11 metros, segundo a última medição realizada pela Defesa Civil.
Em Lavras do Sul, na região da Campanha, choveu 300 mm desde segunda. Até o momento, 35 famílias tiveram de deixar suas casas. A Defesa Civil ressalta que ainda não é possível avaliar os prejuízos gerados pela enchente, mas a situação começa a aliviar, após o recuo do nível do Rio Camaquã, que corta o município.
A Defesa Civil estadual ainda acompanha efeitos do temporal que atingiu São Francisco de Assis, na Fronteira Oeste, na quarta-feira. Dez residências ficaram destelhadas. Também houve queda de árvores e postes.