O Rio Grande do Sul ainda tem 57 mil clientes sem energia elétrica depois dos temporais de domingo (6) e segunda-feira (7). Já são quase três dias de desabastecimento em diversos pontos do Estado.
De acordo com a RGE, houve uma redução no número de clientes afetados, mas ainda são 12 mil pontos sem luz. A área com maior volume de clientes desabastecidos é a Região Metropolitana. Galhos e objetos arremessados sobre fios e outros equipamentos são apontados como os causadores de danos na rede.
Já no setor de concessão da CEEE Equatorial, os dados mais recentes, divulgados na noite desta quarta-feira (9), aponta que 45 mil clientes permanecem sem luz.
A empresa não estima quando o serviço será totalmente normalizado. Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quarta-feira, o superintendente técnico da CEEE Equatorial, Júlio Hofer, reconheceu que a companhia estava divulgando números desatualizados desde segunda.
Sem luz desde domingo, a subgerente de farmácia e moradora do bairro Azenha, Aline Stefansky, 31 anos, enche os olhos de lágrimas enquanto conta que terá que colocar carnes e outros alimentos comprados no lixo porque estão estragando na geladeira. Mãe de uma bebê de dois meses e de um menino de um ano e três meses, ela fez uma cirurgia bariátrica há uma semana e conta que terá de descartar as refeições líquidas que precisa consumir.
A mãe de Aline - que também no bairro Azenha - Rosemari Stefansky, 51, mora na casa da frente e tem fibrose pulmonar, doença que a deixa com 35% da capacidade de oxigenação.
— Mandei mensagem explicando a situação em dois e-mails, que voltaram porque não existiam — disse Aline.
Na Estrada Jorge Pereira Nunes, no bairro Campo Novo, em Porto Alegre, cerca de 15 moradores colocaram fogo em vegetação e bloquearam a via. A psicanalista Maristela Travasso do Nascimento Muniz Guimarães mostrava a conta de luz de quase R$ 1 mil:
— A gente paga em dia uma conta desse tamanho e acontece isso.
Outra moradora da Capital que está sem energia desde domingo é a faxineira Mara Araujo. Ela conta que fios pegaram fogo em frente à casa dela, na Rua Geraldo Tollens Linck, no bairro Aberta dos Morros. Tentou reclamar por telefone e não obteve resposta.
* Colaboração: Rochane Carvalho