Esta terça-feira (8) foi marcada por diversos protestos em Porto Alegre e na Região Metropolitana devido à falta de energia elétrica. Em alguns locais, o fornecimento está interrompido desde o temporal do último domingo (6). Com o aumento dos relatos dos consumidores e da demora nas respostas das companhias de energia, a Rádio Gaúcha conversou durante o programa Estúdio Gaúcha com o presidente da Agência Estadual de Regulação do Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), Luiz Afonso Senna.
De acordo com Senna, a CEEE Equatorial deveria informar em 24 horas as ações efetuadas e programadas para restabelecimento da energia elétrica. No entanto, o prazo passou e a empresa descumpriu a norma e agora a empresa passará por fiscalização ordinária, segundo ele.
Conforme o dirigente, os relatos recebidos por meio da imprensa, ouvidoria, Assembleia Legislativa e outros canais têm sido de famílias perdendo alimentos que tinham em casa devido à demora no retorno da luz em muitas cidades.
— A gente sabe o custo que é para as famílias conseguirem seu alimento. Quando as vemos perdendo também móveis queimados e comida por causa de um serviço deficiente, é pior ainda — relata Senna.
Segundo ele, o alcance da Agerns é limitado porque uma multa que é aplicada às companhias pode ser abrandada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula o setor em nível nacional.
— Somos uma agência reguladora no âmbito dos Estados, e as companhias precisam cumprir indicadores propostos pela agência nacional, que são até bem lights. No entanto, por mais que essa empresa seja gerida pelo setor privado, ela oferece um serviço público, que deveria ser feito de forma adequada — completa.
Há cerca de um mês, a RGE, companhia de energia que atende outros municípios do Rio Grande do Sul, demorou para restabelecer a energia na zona rural, provocando problemas semelhantes aos vividos por moradores da Região Metropolitana no último temporal.
— Do ponto de vista técnico e de engenharia, não se admite que a cada temporal a energia seja interrompida e demore tanto pra ser restabelecida — critica o presidente da agência, recomendando que as pessoas busquem seus direitos no Procon e outros órgãos competentes para reaver seus valores dos produtos perdidos, mesmo não sendo uma alta quantia.
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